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Pequeno buraco negro rouba três Terras de estrela próxima a cada mês

Descoberta foi feita após observação de flashes de raio-x no céu

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 10h07 - Publicado em 7 set 2023, 14h00

A cada 25 dias, brilha nos céus uma explosão de raios-x que duram cerca de uma semana. O evento curioso é resultado de um fenômeno igualmente triste e espetacular: a lenta morte de uma estrela a cada vez que ela passa próximo do buraco negro de uma galáxia vizinha. 

A estrela tem mais ou menos o tamanho do nosso Sol e ela tem uma órbita elíptica em torno do centro da 2MASX J02301709+2836050, uma galáxia a cerca de 500 milhões de anos-luz de distância da via-láctea. A cada vez que ela se aproxima do buraco negro que está no centro do agrupamento, uma massa equivalente a três Terras é roubada da estrela. Quando começa a cair no buraco negro, a temperatura desse material chega a dois milhões de graus célsius, o que causa a intensa explosão de raios-x.

“Esta é a primeira vez que vimos uma estrela como o nosso Sol sendo repetidamente destruída e consumida por um buraco negro de baixa massa”, afirma Phil Evans, pesquisador da Universidade de Leicester e autor do artigo publicado na Nature, nesta quinta-feira, 7.

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TRISTE E FABULOSO: estrela está sendo consumida por buraco negro no centro da galáxias (Daniele B. Malesani / PanSTARRS/Divulgação)

Geralmente, quando as estrelas se aproximam dos buracos negros super massivos que ficam no centro das galáxias, elas são dilaceradas. No entanto, o corpo no centro dessa galáxia é razoavelmente pequeno – com algo entre 10 mil e 100 mil massas solares, ele nem se aproxima dos elementos escuros mais famosos, de 4 milhões e 100 milhões de vezes maiores que a do nosso Sol. 

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Até agora isso não parecia comum. Fenômenos parecidos já tinham sido observados anteriormente, mas nos outros casos os flashes apareciam a cada poucas horas ou em intervalos de vários meses. A observação mais recente, intermediária em relação às anteriores, foi descoberta graças ao Neil Gehrels Swift Observatory, um satélite construído pela Universidade em parceria com a NASA e com a Agência Espacial do Reino Unido

“Este tipo de objeto era essencialmente indetectável até construirmos este observatório, e logo depois do lançamento ele encontrou este evento completamente novo e nunca antes visto”, afirma Evans. “Acho que isso mostra que cada vez que você encontra uma nova maneira de ver o espaço, você aprende algo novo e descobre que há algo que você não conhecia antes.”

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