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Pássaros transexuais? Estudo revela que mudança de sexo é mais comum do que se pensava

Pesquisa identificou casos em cinco espécies silvestres, levantando dúvidas sobre as causas e possíveis impactos para a reprodução e a conservação das aves

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 ago 2025, 14h25 - Publicado em 14 ago 2025, 14h20

Cerca de 5% das aves analisadas em um estudo australiano apresentaram uma discrepância entre o sexo genético e as características reprodutivas, em um fenômeno raro conhecido como reversão sexual. Publicada na revista Biology Letters, a pesquisa é a primeira a registrar o fenômeno em várias espécies de aves silvestres.

Cientistas da Universidade da Sunshine Coast, na Austrália, examinaram quase 500 aves de cinco espécies — kookaburras, periquitos-arco-íris, pombas-de-topete, magpies australianos e loris-de-peito-escamoso. Os animais haviam morrido em hospitais de vida silvestre por causas não relacionadas ao sexo.

Primeiro, cada ave teve o DNA testado para determinar o sexo genético. Depois, os cientistas analisaram os órgãos reprodutivos para verificar se correspondiam ao que o código genético indicava. Vinte e quatro aves apresentaram resultados conflitantes, com taxas que variaram de 3% nos magpies a 6,9% nos kookaburras. A maioria era geneticamente fêmea, mas tinha órgãos masculinos. Houve também casos de órgãos mistos e até de um macho genético que provavelmente botou um ovo.

Como essa mudança acontece e por que ela pode ocorrer?

De forma simples, a reversão sexual é quando o “sexo no DNA” não bate com o que o corpo desenvolve. Em aves, os machos têm dois cromossomos Z e as fêmeas têm um Z e um W. Mas, em alguns casos, algo interfere no desenvolvimento e faz com que o animal cresça com órgãos do sexo oposto.

Isso pode ocorrer ainda no ovo, enquanto o embrião está se formando. Alterações no ambiente ou no corpo da mãe podem influenciar esse processo, assim como a exposição a substâncias químicas que mexem nos hormônios (os chamados disruptores endócrinos). Em outros animais, como répteis, a temperatura durante a incubação é capaz de mudar o sexo; nas aves, os cientistas suspeitam que poluição química e estresse também possam ter efeito.

Embora a pesquisa não tenha identificado a causa exata nos casos analisados, entender o fenômeno, segundo o estudo, é importante porque ele pode afetar a reprodução das aves. Se uma parte dos indivíduos não conseguir se reproduzir ou mudar de comportamento sexual, isso pode alterar a proporção de machos e fêmeas e, com o tempo, reduzir o tamanho das populações.

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