Na Casa Branca, Biden e Harris antecipam imagem feita por supertelescópio
Acompanhado de Bill Nelson, diretor da Nasa, o presidente e a vice americanos revelaram a primeira fotografia feita pelo Telescópio Espacial James Webb
A Nasa e a Casa Branca se juntaram para antecipar uma das aguardadas primeiras imagens em altíssima definição do universo feitas pelo Telescópio Espacial James Webb. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e a vice-presidente, Kamala Harris, revelaram nesta segunda-feira, 11, uma prévia da visão mais profunda do cosmos já capturada. O restante dos registros será divulgado na terça-feira, 12, pela agência espacial americana.
A imagem revelada pelos líderes americanos é, segundo o chefe da Nasa, Bill Nelson, presente no evento, a visão infravermelha mais nítida do cosmo até hoje: a primeira imagem com profundidade de campo do James Webb. “Se você segurar um grão de areia na ponta de um dedo e estender o braço representa o que está nesta imagem”, disse Nelson, na sua apresentação, após os discursos de Harris e Biden. “É apenas uma pequena fração do universo.”
Trata-se do aglomerado SMACS 0723, que reúne milhares de galáxias – incluindo os objetos de luz mais fraca já observados por meio de sensores infravermelhos. Parte da imagem é luz de não muito tempo depois do Big Bang, que ocorreu há 13,7 bilhões de anos. “Vamos poder responder a questões sobra as quais não tínhamos nem as perguntas”, disse Nelson. “E é uma visão que nunca tivemos antes.”
As imagens que serão divulgadas na terça-feira incluem a visão de um planeta gasoso gigante fora do nosso sistema solar, duas imagens de uma nebulosa onde as estrelas nascem e morrem e a atualização de uma imagem clássica de cinco galáxias fortemente agrupadas que dançam uma em torno da outra. Os corpos celestes fotografados são a Nebulosa Carina, WASP-96 b, Nebulosa do Anel Sul, Quinteto de Stephan e SMACS 0723.
O telescópio espacial de 10 bilhões de dólares foi lançado em dezembro do ano passado da Guiana Francesa, na América do Sul. Em janeiro, ele chegou ao que os astrônomos chamam de segundo ponto da órbita Lagrange ou simplesmente L2, a 1,5 milhão de quilômetros da Terra. Então, começou o longo processo de alinhar os espelhos, resfriar os detectores infravermelhos e calibrar os instrumentos científicos, todos protegidos por um guarda-sol do tamanho de uma quadra de tênis que mantém temperatura estável.