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Marte primitivo pode ter sido vulcânica e tectonicamente ativo, diz estudo

Descoberta ajudará a compreender história natural da Terra

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 Maio 2024, 17h14 - Publicado em 16 fev 2024, 15h05

A vida em Marte, hoje, seria consideravelmente entediante, do ponto de vista geológico. Apesar da falta de atmosfera propiciar o impacto de diversos meteoritos, a ausência de placas tectônicas ou vulcões faz com que o solo seja bastante estável. Agora, um estudo revela que nem sempre foi assim. 

Trabalhos anteriores já haviam sugerido que o planeta, um dia, teve um imenso vulcão, mas de acordo com o artigo publicado esta semana no periódico científico Nature Astronomy, há cerca de 3,5 bilhões de anos, quando ainda era jovem, Marte também contava com outros vulcões e com a presença de um precursor das placas tectônicas, chamado de verticais tectônicos. 

A descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade de Hong Kong, que estudaram uma região do planeta chamada Eridania, utilizando dados de diversas sondas, entre elas a Surveyor, a Odyssey e a Reconnaissance. Localizada no hemisfério sul do planeta vermelho, essa área chama atenção por ter, um dia, contido um imenso oceano. 

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ERIDANIA – Oceano Marciano: local continha vulcões (./Domínio Público)

O que os pesquisadores descobriram foi que, nessa região, existem resquícios de pelo menos quatro tipos de vulcões: cúpulas vulcânicas, estratovulcões, escudos piroclásticos e complexos de caldeiras, em estruturas semelhantes às vistas na Terra. Além disso, o estudo da topografia permitiu descobrir que a crosta de Marte foi deformada e dobrada, o que sugere a existência pregressa de uma atividade tectônica rudimentar. 

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Como isso ajuda na compreensão da Terra?

Os pesquisadores acreditam que centenas de vulcões podem ter existido nesse região, na época, sob o imenso oceano – algo muito semelhante ao que ocorria na Terra quando as primeiras formas de vida surgiram. 

Toda essa atividade, no entanto, cessou há mais de 3 bilhões de anos, mantendo essa superfície preservada e inerte – algo diferente do que acontece na Terra, cuja crosta é constantemente moldada pelas atividades atmosféricas e tectônica. 

Estudar o planeta vermelho, portanto, é como olhar para o passado e estudar sua antiga superfície permite um pequeno vislumbre de como eram os planetas rochosos nos seus primeiros anos de existência. 

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