Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Manto tupinambá do século XVII chega ao Brasil em sigilo

Peça foi doada pelo Museu Nacional da Dinamarca e ficará em exposição no Museu Nacional

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 11 jul 2024, 12h51 - Publicado em 11 jul 2024, 10h22

O manto tupinambá chegou ao Brasil. A peça do século XVII, que estava há mais de três séculos em um museu da Dinamarca, desembarcou em solo brasileiro sob sigilo há algumas semanas. A expectativa é que ele seja uma das principais peças do acervo do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, cujo prédio foi destruído por um incêndio em 2018.

A direção do museu confirmou as informações por meio de comunicado. “Nas próximas semanas, em data ainda a ser confirmada, após a adoção de todos os procedimentos necessários para a perfeita conservação dessa peça tão importante, e sagrada para nossos povos originários, apresentaremos o manto a sociedade”, disseram.

De acordo com informações vazadas antes do anuncio, o manto está submetido a um tratamento de anóxia, processo que o coloca em um ambiente de pouco oxigênio, com o objetivo de eliminar possíveis contaminações. A informação foi recebido com protesto por representantes indígenas, que não tiveram contato com a peça ao chegar ao Brasil. De acordo com eles, o artefato considerado sagrado deveria passar por rituais religiosos o mais rapidamente possível.

A doação foi anunciada no ano passado, depois de cerca de um ano de negociações. Com 1,80m de altura e milhares de penas vermelhas de pássaros guará, o manto tupinambá é uma peça imponente. Em Copenhague desde 1689, mas de origem que data, provavelmente, de quase um século antes, o manto estava guardado, ao lado de quatro outros, no Museu Nacional da Dinamarca.

DESDE 1689 - Manto tupinambá: a peça voltará, enfim, para o território nacional
DESDE 1689 – Manto tupinambá: a peça voltará, enfim, para o território nacional (Museu Real de Arte e História da Bélgica/Divulgação)
Continua após a publicidade

Além do valor estético e histórico para o Brasil, a doação da peça representa o resgate de uma memória importante para o povo tupinambá. Os indígenas consideram o manto um material vivo, capaz de conectá-los diretamente com os ancestrais e as práticas culturais do passado.

Cooperação entre museus

Além da equipe do Museu Nacional e da embaixada do Brasil na Dinamarca, representantes dos tupinambás tiveram papel fundamental no retorno do manto. A previsão é que eles continuem participando ativamente da curadoria da peça e ajudando a pensar as melhores formas de exposição para o público. Estudiosos indígenas já vêm contribuindo para ampliar o conhecimento que se tem sobre esse tipo de vestimenta.

O Museu da Dinamarca e o do Brasil também negociam acordos de cooperação em iniciativas educacionais. Um dos projetos já previstos é a digitalização da coleção brasileira que está na instituição europeia. Quanto ao acervo físico, o diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, diz que há um empenho para a instituição receba novas peças de valor histórico.

Continua após a publicidade

Segundo ele, o incêndio que destruiu o museu, em 2018, arranhou a imagem do país. Kellner entende que o Brasil tem a oportunidade de mostrar que aprendeu com a tragédia e merece repatriar outras peças. “E um dos pontos importantes é oferecer melhores normas de segurança para os visitantes e para o nosso patrimônio”.

(Com Agência Nacional)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.