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Lua tem interior desigual e lado ‘vulcânico’, revela Nasa

Estudo inédito aponta diferença de até 180 °C entre as duas metades do satélite, ligada à presença de elementos radioativos e à atividade geológica antiga

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 Maio 2025, 14h09 - Publicado em 19 Maio 2025, 13h30

Um novo estudo da Nasa, publicado na revista Nature, descobriu que o interior da Lua não é simétrico: o lado visível da Terra é significativamente mais quente do que o lado oculto. A diferença térmica pode chegar a até 200 K (cerca de 180 °C), segundo dados coletados por duas espaçonaves da missão GRAIL (Gravity Recovery and Interior Laboratory), chamadas Ebb e Flow.

A assimetria térmica ajuda a explicar por que o lado visível da Lua é mais plano e coberto por mares lunares — grandes planícies de basalto formadas por antigas erupções vulcânicas — enquanto o lado oculto é mais acidentado e montanhoso. De acordo com os cientistas, essa diferença está ligada à composição e à temperatura do manto lunar, a camada logo abaixo da crosta. O lado voltado para a Terra possui mais elementos radioativos como tório e titânio, que produzem calor à medida que decaem.

Como os cientistas chegaram a essa conclusão?

A descoberta foi possível graças ao uso da chamada “tomografia por maré“, uma técnica que analisa como o campo gravitacional da Lua se deforma devido à atração da Terra. A deformação é medida pelos chamados “números de Love”, parâmetros que indicam o quanto o interior da Lua cede à pressão gravitacional. No estudo, os pesquisadores calcularam o número de Love de grau 3 (k₃) com precisão inédita, e o resultado foi surpreendente: o valor obtido foi 72% maior do que o esperado para uma Lua com estrutura interna simétrica.

Modelos computacionais mostraram que a explicação mais plausível para esse comportamento é a diferença na rigidez do manto entre os dois hemisférios lunares. O lado visível é mais deformável, indicando uma temperatura maior e uma rigidez menor. Essa diferença, segundo o estudo, é suficiente para provocar o padrão observado de atividade vulcânica concentrada no lado voltado para a Terra.

O que isso significa para o futuro da exploração lunar?

Além de resolver um mistério geológico de longa data, o estudo também inaugura uma nova forma de investigar o interior de corpos celestes sem a necessidade de instrumentos sísmicos instalados na superfície. A tomografia por maré, usada com sucesso na Terra, agora foi aplicada com êxito em outro corpo celeste. Segundo os autores, essa técnica pode ser usada para estudar a estrutura interna de outros planetas e luas do Sistema Solar, como Marte, Encélado e Ganimedes.

No caso da Lua, a assimetria térmica também pode ter implicações para os chamados moonquakes — tremores lunares profundos que se concentram na região do manto onde ainda pode haver rocha parcialmente derretida. A Nasa planeja lançar, em 2026, o Farside Seismic Suite, primeiro sismógrafo da história a operar no lado oculto da Lua, que poderá confirmar essas hipóteses.

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