O primeiro ano do telescópio espacial James Webb tem enriquecido a astronomia com descobertas extraordinárias. O achado mais recente revela as quatro galáxias mais antigas já detectadas. Elas correspondem ao período entre 300 milhões e 500 milhões de anos após o Big Bang, quando o Universo tinha apenas de 2% da idade que tem hoje – extraordinários 13,8 bilhões de anos.
As galáxias observadas são jovens, o que é evidenciado pela baixa quantidade de metais, e com estrelas muito quentes orbitando muito próximas umas das outras. O achado sugere que os primeiros anos do Universo foram, de fato, repletos de galáxias muito brilhantes. A novidade vem na esteira de notícias que chocaram os maiores entusiastas do espaço sideral.
O conhecimento construído pelo Hubble, na década de 1990, sugeria que as galáxias começaram a se formar bilhões de anos após o Big Bang e tinham um desenvolvimento lento. As observações mais recentes de Webb, contudo, indicam que, pelo menos desde os primeiros milhões de anos, galáxias pequenas, mas super massivas já eram bastante comuns.
Encontrar corpos muito distantes e antigos implica grandes desafios. A luz e a radiação que eles emitiram viajam por muito tempo e, portanto, chegam às proximidades da Terra fracas e difíceis de serem detectadas. O James Webb, que foi lançado em dezembro de 2021 e começou a captar imagens em julho do ano passado, pode contornar essa dificuldade: ele é o telescópio mais sensível já construído e deverá captar sinais desde as galáxias mais antigas e distantes.
A promessa está sendo cumprida com rigor e rapidez. Antes dos achados mais recentes, pelo menos seis galáxias que datam dos 700 primeiros milhões de anos já haviam sido observadas. Ainda restam 300 milhões inexplorados e eles podem guardar segredos ainda mais surpreendentes.