Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

James Webb encontra grãos de carbono mais antigos do Universo

Elementos podem acelerar a formação de novas estrelas

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 jul 2023, 09h52 - Publicado em 20 jul 2023, 16h27

O telescópio James Webb acabou de completar um ano de funcionamento e esse curto período de tempo já foi suficiente para ele revolucionar muitos aspectos do conhecimento astronômico. Agora, um novo achado do instrumento espacial voltou a surpreender os cientistas: os grãos de carbono mais antigos do Universo foram revelados e isso pode mudar o que se pensa a respeito da formação de novas galáxias. 

Essa não é a primeira vez que o elemento carbono é encontrado em grupos estelares super jovens, mas eles nunca tinham sido vistos nessas galáxias na forma de grãos de poeira.  “Na astrofísica isso é muito importante, porque esses grãos moldam a maneira como as galáxias evoluem”, afirma o autor principal do estudo publicado na Nature, Joris Witstok, em entrevista a Veja. “Eles absorvem energia e fazem com que as nuvens de gás esfriem mais rápido, o que acelera a formação de novas estrelas.”

Esses grãos já haviam sido observados anteriormente, mas apenas em galáxias como a via-láctea, que tem cerca de 13,6 bilhões de anos. Na astronomia, o tempo que a luz viaja é proporcional a idade do objeto que a emitiu, ou seja, se a luz demora muito tempo para chegar até aqui, quer dizer que ela foi emitida num passado muito distante. O que se sabe é que o sinal captado dessa vez viajou por um longo período, o que significa que ele foi gerado quando o universo tinha menos de 2 bilhões de anos

“Nós sabemos que depois que o universo nasceu, demorou um pouco até as primeira estrelas e galáxias se formaram”, afirma Witstok, que também é estudante de pós-doutorado na Universidade de Cambridge. “Digo isso porque o fato de o objeto pertencer a esse período, provavelmente, significa que essa galáxia é muito jovem e tem bem menos de 2 bilhões de anos de idade.”

Isso é surpreendente porque, no início, o universo era formado apenas por hidrogênio e hélio, os elementos químicos mais simples. Os outros tipos de átomos, como o carbono ou o ferro, foram surgindo aos poucos, no núcleo das estrelas. Encontrá-los em galáxias tão jovens já seria bastante curioso, mas vê-los na forma de grãos, algo ainda mais complexo, é uma novidade ainda maior. 

Continua após a publicidade

“A descoberta é bem importante”, afirma o professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP), Roberto Dell’Aglio Dias da Costa. “Aparentemente o carbono se forma mais rápido que o esperado e tal descoberta ajudará a refinar os modelos de formação e evolução das galáxias, em particular nas fases iniciais.”

Agora, é preciso tentar descobrir a origem desse carbono, já que é pouco provável que ele tenha se originado dentro dessas galáxias bebês. Witstok aposta que o elemento veio de estrelas supermassivas que explodiram em supernovas ainda na juventude, espalhando elementos mais complexos pelo universo. Contudo, essa hipótese está em aberto e explicações ainda melhores podem surgir. 

Não será surpreendente se a resposta também vier do James Webb, provavelmente, muito mais cedo do que se pode esperar. “Esse primeiro ano do telescópio foi muito revolucionário”, afirma o autor. “Pessoas estão trabalhando para possibilitar o funcionamento dele há muito tempo e é gratificante demais poder fazer parte disso tudo.”

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.