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ICMBio apresenta plano para reintroduzir ararinha-azul à natureza até 2024

Pássaro é considerado extinto em seu habitat e há registro de 166 exemplares vivendo em cativeiro no mundo - apenas 13 no Brasil

Por Diego Freire Atualizado em 30 jul 2019, 06h04 - Publicado em 30 jul 2019, 04h00

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, divulga, nesta terça-feira 30, os detalhes do segundo ciclo do Plano de Ação Nacional (PAN) para a conservação da ararinha-azul, espécie nativa da caatinga brasileira que é considerada extinta na natureza desde 2000. O projeto, anunciado em portaria no Diário Oficial da União, pretende reintroduzir a ave à sua área de ocorrência original até julho de 2024, com ao menos uma soltura experimental.

Alvo de caçadores e traficantes de animais por anos, o pássaro é originário de uma pequena área do interior baiano, entre os municípios de Juazeiro e Curaçá, em uma das regiões mais quentes e áridas do território brasileiro. Considerado um símbolo nacional, o raro animal ganhou fama com a animação americana Rio, distribuída pela 20th Century Fox e dirigida pelo brasileiro Carlos Saldanha, na qual a ararinha Blu é retratada como o último macho da espécie e deve deixar o cativeiro nos Estados Unidos para reproduzir no Brasil.

Na realidade, há registro atualmente de 166 exemplares de ararinhas-azuis pelo mundo, mas nenhum nos Estados Unidos – são 13 no Brasil, 147 na Alemanha, dois na Bélgica e quatro em Singapura. Ainda neste ano, é esperado que 50 delas sejam repatriadas em uma parceria do ICMBio com a ONG alemã Association for the Conservation of Threatend Parrots (ACTP). Na natureza, embora tenha sido relatada uma aparição do pássaro em 2016, o animal é considerado extinto.

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Projetos públicos são executados para evitar a extinção da espécie desde 1986, quando pesquisadores constaram a existência de apenas três ararinhas-azuis selvagens. Um primeiro ciclo do plano de ação nacional do ICMBio foi encerrado em 2017, com êxito parcial no objetivo de aumentar a população em cativeiro, reativar o habitat e iniciar a reintrodução à natureza já em 2021. O instituto considera que 60% das ações planejadas foram realizadas, enquanto 20% tiveram problemas em seu andamento e outras 20% não foram concluídas ou iniciadas.

O segundo ciclo pretende realizar ao menos uma soltura experimental de ararinhas-azuis até 2024, além de desenvolver novos estudos necessários à reintrodução e reduzir a captura e o comércio ilegal de animais silvestres na região. Além da ação humana, as condições naturais da caatinga – com imprevisibilidade de água e recursos alimentares – e a ocorrência de predadores, como o falcão-de-coleira, são ameaças à reintrodução e reprodução do pássaro.

Portaria do Diário Oficial da União desta terça-feira estabelece que o plano será monitorado anualmente, para revisão e ajuste das ações, e será instituído um grupo de assessoramento técnico para acompanhar sua implementação.

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