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Mamofante: Híbrido de mamute e elefante pode ser criado em 2 anos

Cientistas querem trazer de volta à vida espécie extinta 4.000 anos atrás

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 19h41 - Publicado em 17 fev 2017, 10h21

Dentro de dois anos, um embrião híbrido de elefante e mamute poderá ser criado pelos cientistas. É isso que afirma George Church, líder de uma equipe de pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, que está trabalhando para tornar o projeto realidade. Ele falou sobre os estudos durante o encontro anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, na sigla em inglês), que acontece esta semana em Boston. O sucesso do projeto pode representar um passo importante para um objetivo ainda mais ambicioso dos cientistas: ressuscitar o mamute-lanoso, espécie completamente extinta há 4.000 anos.

A ideia dos pesquisadores é projetar alguns traços do animal pré-histórico em um elefante asiático. A criatura, que foi apelidada de “mamofante”, seria bem parecida aos elefantes que conhecemos hoje, mas com características como orelhas pequenas, uma capa de gordura mais grossa debaixo da pele, pelos desgrenhados e sangue adaptado ao frio. Para isso, os cientistas utilizaram uma poderosa técnica de edição genética chamada CRISPR/Cas9, na qual partes do DNA são recortadas, copiadas e deletadas como se fosse arquivos digitais de computadores. Esse mesmo método foi utilizado em 2014 para criar os primeiros macacos transgênicos.

Desextinção

Não é a primeira vez que a ciência considera utilizar tecnologias de engenharia genética para trazer de volta algumas espécies extintas, um processo chamado de desextinção. No final de janeiro deste ano, uma fundação americana divulgou uma lista de critérios científicos e éticos que deveriam ser considerados para “ressuscitar” um animal, além de uma lista que avaliava a viabilidade do procedimento para alguns dos principais candidatos à desextinção.

No caso do embrião de mamute e elefante, os cientistas pretendem nutri-lo em um útero artificial ao invés de introduzi-lo em uma fêmea de elefante asiático, pois o procedimento poderia fazer com que o animal sofresse ou até morresse durante o parto. “Seria insensato colocar a reprodução das fêmeas em risco em uma espécie ameaçada”, afirma Church, segundo The Guardian. “Nós estamos trabalhando em maneiras de avaliar o impacto dessas edições e, basicamente, tentar estabelecer a embriogênese no laboratório.”

Desde que Church e sua equipe iniciaram o projeto, em 2015, conseguiram colocar cada vez mais genes de mamute no genoma do elefante. Na prática, isso significa que eles podem adicionar gradualmente características do gigante pré-histórico no seu parente atual.

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A discussão levantada por alguns grupos de cientistas, no entanto, é sobre as implicações éticas da edição genética e as consequências que o retorno de um animal extinto pode trazer para o equilíbrio do ambiente.

O mamute-lanoso habitava regiões da Europa, Ásia, África e América do Norte durante a última Era do Gelo. A espécie desapareceu provavelmente por conta das mudanças climáticas e da caça.

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