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Expedição revela aracnídeo inédito em reserva de Minas Gerais

Pesquisadores identificam características únicas no bicho, que vive em altitudes elevadas e pode trazer novas pistas sobre a evolução do grupo

Por da redação
Atualizado em 24 fev 2025, 14h44 - Publicado em 24 fev 2025, 14h30

Uma nova espécie de opilião, um tipo de aracnídeo, foi identificada na Reserva Biológica da Mata Escura, em Minas Gerais. Batizada de Cajango ednardoi, ela tem características únicas e marca a primeira ocorrência desse gênero no estado. A descoberta, parte de um acordo estabelecido entre a Vale e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) para proteção e monitoramento de espécies da fauna e da flora, entre outros ações, reforça a riqueza da região e a importância de iniciativas de conservação.

Pequeno, mas peculiar

O Cajango ednardoi foi registrado pela primeira vez em abril de 2023, quando um monitor ambiental e um brigadista fotografaram o aracnídeo e compartilharam a imagem no aplicativo iNaturalist, que conecta cientistas e cidadãos na identificação de espécies. O zoólogo Adriano Kury, do Museu Nacional, identificou a espécie e organizou uma expedição para estudá-la mais de perto. “Quando vi a foto, fiquei animado, porque seria uma chance de conhecer melhor o gênero”, contou Kury.

O aracnídeo tem um corpo verde escuro com espinhos nas patas e foi encontrado em altitudes entre 750 e 1.100 metros, um ambiente onde outras espécies do mesmo gênero ainda não haviam sido registradas. Essa variação de habitat pode indicar que Cajango ednardoi tem adaptações diferenciadas. Além disso, o fêmur IV dos machos apresenta uma estrutura mais robusta do que a de seus parentes próximos, e sua morfologia genital distinta sugere que essa espécie pode representar um ramo mais antigo da linhagem, contribuindo para o entendimento da evolução desse grupo.

Homenagem e impacto da descoberta

O nome Cajango ednardoi foi dado em homenagem a Ednardo Martins, monitor ambiental que ajudou na descoberta e tem um histórico de atuação na conservação da área. Para Márcia Nogueira, chefe da Reserva Biológica da Mata Escura, a descoberta reforça a relevância do monitoramento contínuo na região. “Os levantamentos têm gerado registros inéditos de fauna e flora, ampliando nosso conhecimento sobre a biodiversidade local”, afirmou.

Além de ser um novo registro para Minas Gerais, a espécie amplia a distribuição geográfica do gênero Cajango, antes restrito à Bahia. Descobertas como essa ajudam a preencher lacunas sobre a fauna de aracnídeos do Brasil e ressaltam a importância de estudos contínuos para identificação e preservação de espécies desconhecidas. O monitoramento ambiental da Mata Escura segue em andamento, e novas expedições podem revelar ainda mais surpresas sobre o ecossistema região.

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