Estados Unidos querem instalar reator nuclear na Lua até 2030
Plano da Nasa é garantir energia constante para futuras missões, além de impedir que China e Rússia avancem na disputa por controle do território lunar

A Nasa recebeu uma nova missão: instalar um reator nuclear na Lua até o fim desta década. A ordem partiu do secretário de Transportes dos Estados Unidos, Sean Duffy, que também está à frente da agência espacial. A ideia é garantir uma fonte de energia confiável para manter equipamentos e, futuramente, uma base com humanos funcionando — mesmo durante as longas noites lunares, que duram 14 dias sem sol.
O reator deverá gerar pelo menos 100 quilowatts de eletricidade, o suficiente para abastecer cerca de 80 casas nos EUA. A previsão é que o sistema seja lançado até 2029. Além dos benefícios técnicos, há uma preocupação geopolítica: China e Rússia anunciaram que também planejam construir um reator na Lua por volta de 2035. Se forem os primeiros, podem impor restrições de acesso a determinadas áreas — o que os EUA querem evitar.
Por que usar energia nuclear na Lua?
A energia solar, muito usada em satélites e na Estação Espacial Internacional, não é suficiente para manter uma base lunar funcionando por tanto tempo. Isso porque a Lua tem dias e noites muito longos — cada um dura cerca de duas semanas. Durante a noite, o frio intenso e a falta de luz tornam os painéis solares inúteis.
Um reator nuclear resolveria esse problema. Diferente de uma bateria comum, ele gera energia continuamente a partir da fissão, processo que divide átomos para liberar calor. Esse calor é transformado em eletricidade e pode abastecer equipamentos, habitats e sistemas de comunicação por longos períodos, sem depender do sol.
Como o reator lunar vai funcionar?
O reator precisará ser pequeno e leve o suficiente para caber dentro de um foguete. Ele só será ligado quando chegar à superfície lunar, como medida de segurança. Para funcionar em um ambiente tão hostil — com temperaturas que variam de 120 °C durante o dia a -240 °C à noite —, o sistema terá componentes especiais, como radiadores para dispersar o calor e proteção contra radiação.
Projetos anteriores de reatores menores, com potência de 40 quilowatts, não conseguiram atender aos limites de peso exigidos. Agora, com um reator mais potente, o plano é usar espaçonaves maiores, como o Starship da SpaceX ou o Blue Moon da Blue Origin, que ainda estão em fase de desenvolvimento.