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Detecção de asteroide desencadeia procedimentos de resposta de defesa planetária

O 2024 YR4 apresenta uma pequena, mas não desprezível, chance de colidir com a Terra em 2032

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 jan 2025, 22h28 - Publicado em 30 jan 2025, 12h30

Pela primeira vez, grupos internacionais de defesa planetária foram acionados em resposta à detecção do asteroide 2024 YR4, que apresenta uma pequena, mas não desprezível, chance de colidir com a Terra em 2032. A mobilização destaca a crescente capacidade de monitoramento espacial e a seriedade com que a comunidade científica e as agências espaciais encaram o risco de impactos de asteroides.

A detecção do 2024 YR4 ocorreu em 27 de dezembro de 2024, pelo telescópio Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System (Atlas), em Río Hurtado, no Chile. Logo após a descoberta, sistemas automatizados de alerta de asteroides calcularam que o objeto tinha uma pequena possibilidade de colidir com a Terra em 22 de dezembro de 2032. O asteroide foi estimado entre 40 e 100 metros de largura. Um objeto deste tamanho pode causar danos graves em uma região localizada, e impacta a Terra em média a cada poucos milhares de anos.

Essa descoberta colocou o asteroide no topo da lista de risco da Agência Espacial Europeia (ESA). Desde o início de janeiro de 2025, astrônomos em todo o mundo têm realizado observações prioritárias para melhorar a compreensão do tamanho e trajetória do asteroide. Até quarta-feira, 29, a ESA estimava que a probabilidade de impacto era de 1,2%, resultado consistente com as estimativas independentes do Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra (CNEOS) da Nasa e do NEODyS.

O 2024 YR4 foi classificado no nível 3 da Escala de Perigo de Impacto de Torino, indicando um encontro próximo que exige atenção de astrônomos e do público. É importante notar que a probabilidade de impacto de um asteroide geralmente sobe inicialmente, antes de cair rapidamente para zero após mais observações. O asteroide é provavelmente maior que 50 metros e tem uma probabilidade de impacto maior que 1% em algum momento nos próximos 50 anos.


A situação ativou dois grupos de resposta a asteroides endossados pela ONU: a Rede Internacional de Alerta de Asteroides (IAWN), liderada pela Nasa, e o Grupo de Aconselhamento de Planejamento de Missões Espaciais (SMPAG), presidido pela ESA. A IAWN coordena o rastreamento de asteroides e, se necessário, desenvolveria uma estratégia para auxiliar governos na análise de consequências e planejamento de respostas. A ESA é membro da IAWN e está coordenando observações adicionais. O SMPAG facilita a troca internacional de informações e planeja atividades de mitigação de ameaças relacionadas ao 2024 YR4.

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O que acontece agora?

Nos próximos meses, o asteroide se tornará mais difícil de observar da Terra. A ESA continuará coordenando observações com telescópios cada vez mais potentes, incluindo o Very Large Telescope (VLT), do Observatório Europeu do Sul no Chile. Se o asteroide se tornar invisível antes que a possibilidade de impacto seja totalmente descartada, ele permanecerá na lista de risco da ESA até que volte a ser observável em 2028.

Essa mobilização representa um marco importante na história da defesa planetária, demonstrando a capacidade global de detecção e resposta a ameaças de asteroides.

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