Comidas produzidas com ar, água e sol já são realidade na Europa
VEJA visitou a fábrica da Solar Foods, na Finlândia
A cidade de Vantaa, na grande Helsinque, é conhecida por abrigar indústrias do ramo de sustentabilidade, mas uma em especial se destaca pelo projeto audacioso. À frente de uma possível revolução alimentar está a Solar Foods, empresa que produz uma proteína que não é nem de origem animal e tampouco vem das plantas. A soleína é feita, a grosso modo, com ar, água e eletricidade.
Funciona assim: através de um processo em que microrganismos “comem” dióxido de carbono (CO₂) do ar e recebem energia de eletricidade renovável (como a solar), eles produzem uma substância que é transformada em um pó rico em proteínas. E esse pó pode ser usado para preparar praticamente qualquer tipo de alimento, substituindo fontes proteicas como carne, ovos e laticínios. “Por causa da vaca e do mau uso da terra, temos problemas com gases de efeito estufa. A soleína é uma alternativa sustentável e nutritiva”, disse o CEO Pasi Vainikka. Atualmente, cerca de 25% da emissão de gases tóxicos no mundo vêm da agricultura e da pecuária.
VEJA foi à fábrica da empresa conferir o resultado dessa invenção que parece parte de um cenário futurista. A aparência dos pratos feitos com a soleína é absolutamente normal. A proteína revolucionária não tem cheiro ou sabor e por isso pode ser adicionada em massas, pastas e até sobremesas. O cardápio do dia na Solar Foods foi risoto de cogumelos, seguido de um sorvete gourmet. Em ambos, a presença da soleína é imperceptível.
No primeiro semestre deste ano, Cingapura se tornou o primeiro país a aprovar alimentos feitos com a nova tecnologia. O processo também está em andamento nos Estados Unidos e na União Europeia.