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Cientistas contestam teoria de que água se originou de asteroides

Pesquisa mostra que a formação do líquido essencial foi um processo natural da Terra

Por Redação Atualizado em 16 abr 2025, 10h03 - Publicado em 16 abr 2025, 09h59

Cientistas da Universidade de Oxford contestaram a teoria corrente de que a água da Terra se originou de asteroides que bombardearam sua superfície. Uma nova pesquisa sugere que a formação do líquido essencial no planeta foi um processo natural, decorrente dos materiais que o compuseram. Os resultados deste estudo foram publicados na revista científica Icarus.

A equipe de pesquisadores da Universidade de Oxford analisou um tipo raro de meteorito, conhecido como condrito de enstatito, que tem uma composição semelhante à da Terra primitiva, há cerca de 4,55 bilhões de anos. Ao estudar este material, os cientistas descobriram uma fonte de hidrogênio que teria sido fundamental para a formação das moléculas de água.

A análise crucial demonstrou que o hidrogênio presente no meteorito era intrínseco ao material e não resultado de contaminação terrestre. Isso indica que a matéria que deu origem ao nosso planeta era muito mais rica em hidrogênio do que se pensava anteriormente.

“Essa descoberta apoia a ideia de que a formação de água na Terra foi um processo natural, em vez de uma casualidade de asteroides hidratados bombardeando nosso planeta após sua formação”, disse o professor James Bryson, coautor do estudo.

Tema de debate

A origem do hidrogênio, um dos elementos básicos da água, sempre foi um tema de debate. Muitos acreditavam que havia sido trazido por asteroides durante os primeiros 100 milhões de anos da Terra. No entanto, as novas descobertas contradizem essa ideia, sugerindo que a Terra já tinha o hidrogênio necessário para criar o líquido desde sua formação.

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Para chegar a essa conclusão, a equipe de pesquisa analisou a composição elementar de um meteorito chamado LAR 12252, encontrado na Antártida. Eles utilizaram uma técnica de análise elementar chamada espectroscopia de estrutura fina de absorção de raios X, realizada no síncrotron Diamond Light Source em Harwell, Oxfordshire.

A equipe suspeitava que quantidades significativas de hidrogênio poderiam estar ligadas ao enxofre abundante no meteorito. Ao analisar o material, inicialmente focaram nas partes não cristalinas dos côndrulos (pequenos objetos esféricos dentro do meteorito), onde hidrogênio já havia sido encontrado.

Plano de fundo do planeta Terra visto de satélite, esta imagem é gerada com software 3D.
Cientistas alertam que planeta está próximo a atingir a insustentabilidade para a vida (NASA/Getty Images)
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Ao analisar o material adjacente a um desses côndrulos, composto por uma matriz extremamente fina, descobriram que essa matriz era incrivelmente rica em sulfeto de hidrogênio. A quantidade de hidrogênio encontrada na matriz era cinco vezes maior do que nas seções não cristalinas.

Em contraste, outras partes do meteorito que apresentavam rachaduras e sinais de contaminação terrestre, como ferrugem, continham pouco ou nenhum hidrogênio. Isso torna altamente improvável que os compostos de sulfeto de hidrogênio detectados pela equipe tenham uma origem terrestre.

“Ficamos incrivelmente animados quando a análise nos disse que a amostra continha sulfeto de hidrogênio – só não onde esperávamos”, disse Tom Barrett, líder do estudo. “Como a probabilidade desse sulfeto de hidrogênio se originar de contaminação terrestre é muito baixa, esta pesquisa fornece evidências vitais para apoiar a teoria de que a água na Terra é nativa – que é um resultado natural do que nosso planeta é feito.”

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