Brilho misterioso no centro da Via Láctea pode ser sinal da matéria escura
Simulações apontam que o excesso de luz gama no centro da galáxia pode ter origem em partículas invisíveis que compõem a maior parte do universo
Um brilho difuso e enigmático emanando do centro da Via Láctea tem intrigado astrônomos há anos. Essa luz, composta por raios gama de alta energia, não se encaixa completamente nas fontes conhecidas do universo. Agora, novas simulações feitas por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, oferecem uma pista promissora, e possivelmente histórica, sobre o que pode estar por trás desse fenômeno.
O estudo, publicado na revista científica Physical Review Letters, comparou duas hipóteses principais: a de que o brilho vem de partículas de matéria escura colidindo entre si e a de que ele seria resultado de estrelas de nêutrons girando em alta velocidade, conhecidas como pulsares de milissegundo. Os novos modelos indicam que ambas as explicações continuam possíveis, mas a primeira ganha cada vez mais força.
O que é a matéria escura?
A matéria escura é uma forma invisível de matéria que não emite nem reflete luz, mas cuja presença é detectada pelos efeitos gravitacionais que exerce sobre galáxias e aglomerados estelares. Ela compõe cerca de 85% de toda a matéria do universo, e compreender sua natureza é um dos maiores desafios da física moderna.
Segundo o novo estudo, quando partículas de matéria escura colidem, elas podem liberar um pequeno lampejo de radiação gama — exatamente o tipo de luz observado no centro da nossa galáxia. Para testar essa hipótese, os cientistas usaram supercomputadores capazes de simular a formação e a evolução da Via Láctea, incluindo o papel da matéria escura desde os seus primeiros bilhões de anos.
Os mapas gerados pelas simulações coincidiram com as observações reais feitas pelo telescópio espacial Fermi, da NASA, sugerindo que o brilho pode, de fato, estar relacionado a essas colisões invisíveis.
Uma possível pista para o invisível
Embora não seja uma prova definitiva, o estudo representa um avanço importante na busca pela matéria escura. Os resultados formam um conjunto de evidências consistentes com o comportamento esperado desse tipo de partícula — o que reacende as esperanças de que os próximos telescópios possam confirmar a descoberta.
Enquanto isso, os pesquisadores planejam testar a mesma abordagem em galáxias anãs que orbitam a Via Láctea, onde a influência da matéria escura é ainda mais dominante.
Se confirmado, o brilho misterioso do centro da galáxia pode marcar a primeira evidência observável da existência da matéria escura — uma das peças que faltam para compreender a estrutura do cosmos.
Inovar para competir
Com a taxa das blusinhas, desistência de compras internacionais salta para 38%
COP30: Jader Filho diz que cidades precisam protagonizar debate ambiental
Eleição presidencial: nova pesquisa mostra que Lula parou de subir
Mercado reduz estimativas de inflação e já projeta IPCA perto do teto da meta







