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Biodiversidade entre vertebrados é maior do que se acreditava, diz estudo

Trabalho também revelou que fatores podem interferir na taxa de mutação em vertebrados

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 Maio 2023, 11h09 - Publicado em 16 Maio 2023, 11h06

Quando se fala em biodiversidade, logo vem à mente a imagem de uma infinidade de plantas e animais com cores e tamanhos diferentes. As variações, contudo, nem sempre são visíveis. Pequenas alterações moleculares, nos genes, por exemplo, também podem conferir diversidade, inclusive entre indivíduos da mesma espécie. Um estudo publicado recentemente na Nature aponta que essas pequenas diferenças são maiores do que acreditava-se até agora. 

O trabalho investigou mais de 68 espécies de vertebrados utilizando métodos modernos de sequenciamento genético. O que o estudo mostrou é que a frequência de mutações genéticas que ocorrem durante a formação de novos indivíduos – ou seja, a quantidade de novas alterações nas proles em comparação com os seus genitores – é quase o dobro do que se acreditava. Esse resultado sugere que, a nível molecular, os vertebrados podem ser mais diferentes entre si do que estimado anteriormente.  

Essas novas mutações são o que faz com que alguns indivíduos sejam mais ou menos adaptáveis a modificações no meio ambiente (a chamada pressão seletiva, em termos darwinianos) e, por isso, são intimamente relacionadas à evolução das espécies. O principal objetivo do trabalho foi avaliar que fatores influenciam essa taxa de mutação. 

O que os pesquisadores descobriram foi que algumas características quase não influenciam na taxa de mutações, enquanto outras são mais importantes do que se imaginava. O tamanho do corpo, por exemplo, foi uma surpresa. Acreditava-se que espécies maiores tivessem uma maior taxa de mutação, afinal, elas têm mais células que podem ser alteradas. Isso, contudo, não se mostrou relevante no estudo. 

A idade com que a espécie se reproduz, entretanto, foi um fator importante. Quanto maior é a idade de reprodução, maior é a taxa de mutações. O trabalho também mostrou que machos são fontes mais frequentes de alterações do que fêmeas, pelo menos entre mamíferos e pássaros. Isso acontece porque, nesses grupos, as fêmeas nascem com um número específico de óvulos, enquanto os machos estão continuamente gerando novos espermatozoides, o que aumenta as chances de modificações.

As descobertas são uma contribuição importante para a biologia evolutiva. A partir dele, a evolução será melhor compreendida pela ciência e os fatores que influenciam nela, mais bem estudados. Muito ainda está por ser desvendado. 

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