Astrônomos descobrem 12 novas luas ao redor de Júpiter
Um dos satélites, Valetudo, possui órbita atípica e pode colidir com os outros, o que causaria sua destruição
Astrônomos descobriram doze novas luas orbitando o planeta Júpiter, aumentando para 79 o total de satélites que circunda o gigante gasoso. É a maior quantidade de luas em volta de um planeta em todo o nosso Sistema Solar. Saturno, o segundo colocado, tem 61.
O achado, anunciado nesta terça-feira (17), foi feito por astrônomos da Carnegie Institution for Science quando eles procuravam por objetos mais distantes no Sistema Solar, além de Plutão, que pudessem ser um planeta sólido.
“Calhou de Júpiter estar na área do céu onde estavam os nossos campos de pesquisa por objetos extremamente distantes e pudemos acidentalmente procurar por novas luas”, contou Scott Sheppard, líder da equipe, em comunicado à imprensa.
Uma das novas luas também chamou a atenção por ter uma órbita que os pesquisadores chamaram de “excêntrica”, por desempenhar um movimento diferente de todos os outros satélites já observadas ao redor do planeta.
Valetudo
Mais distante e inclinada, a lua “excêntrica” leva cerca de 1 ano e meio para orbitar Júpiter e o faz na mesma direção da rotação do planeta, “atravessando” o caminho de um grupo de luas mais exteriores que têm órbita retrógrada – ou oposta da rotação de Júpiter. “É também a menor lua conhecida de Júpiter, com menos de um quilômetro de diâmetro”, disse Sheppard.
Os astrônomos deram a esse satélite o nome da deusa romana da higiene e da saúde e bisneta de Júpiter: Valetudo – que fica ainda mais apropriado em português, dado o potencial explosivo do corpo celeste. Por estar em uma órbita contrária a de outras luas à sua volta, Valetudo tem uma possibilidade maior de sofrer uma colisão frontal que provavelmente a destruiria. “É uma situação instável”, disse o astrônomo. Instabilidade, entenda-se, em uma escala cósmica. O prazo para um possível choque ocorrer é de até “um bilhão de anos”.
Novas luas
No total, nove das novas luas fazem parte de um grupo externo mais distante, que gira em sentido oposto ao da primeira lua. Elas levam cerca de dois anos para orbitar Júpiter.
Outras duas luas fazem parte de um grupo mais íntimo, que também orbita na mesma direção que a rotação do planeta. Todas essas luas internas têm distâncias orbitais e ângulos de inclinação semelhantes em torno de Júpiter. Elas levam pouco menos de um ano para viajar em torno do planeta.
Todas as luas podem ser fragmentos que se separaram quando colidiram sendo corpos cósmicos maiores, dizem os astrônomos.
O astrônomo italiano Galileo Galilei descobriu as primeiras quatro luas de Júpiter em 1610.
(Com Estadão Conteúdo e AFP)