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Antes pelada que morta: lagartixa perde a pele para se safar

Espécie recém descoberta de réptil abandona suas escamas para fugir de predadores

Por Da redação
8 fev 2017, 12h58

Um estudo coordenado por pesquisadores alemães e americanos encontrou uma nova espécie de lagartixa que tem aparência e hábitos um pouco peculiares. Com escamas parecidas às de um peixe, o pequeno réptil pode rapidamente livrar-se de sua cobertura exterior para escapar de qualquer ameaça, relevando uma pele quase translúcida que deixa à mostra sua coluna vertebral e veias. A descoberta foi publicada nesta terça-feira no periódico PeerJ.

“Parece um peixe até você pegá-la na mão. Depois ela parece um peito de frango sem penas”, disse ao The New York Times Mark Scherz, líder do estudo e candidato a doutorado na Universidade de Munique Ludwig-Maximilians, na Alemanha. “É bizarro, é realmente surpreendente, e um pouco desconfortável quando você as vê”, descreve.

Plano de fuga

Batizado com o nome científico de Geckolepis megalepis, o animal habita regiões do norte de Madagascar. Suas escamas são as maiores já encontradas em espécies de lagartixa – podem chegar a cinco milímetros de largura por 5,8 milímetros de comprimento, o que corresponde a 8% da extensão total do corpo do réptil. Proporcionalmente, isso seria equivalente a uma pessoa com escamas do tamanho de suas mãos, compara Scherz.

O pesquisador explica que a lagartixa se desfaz de sua cobertura externa quando está sob ataque de algum predador. As escamas se desprendem do seu corpo com facilidade, ficando presas na mandíbula ou nas garras do animal que está tentando devorá-la e permitindo que o pequeno réptil escape ileso – e pelado. Em poucas semanas, a cobertura se regenera.

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A nova espécie pode regenerar completamente suas escamas em poucas semanas (Frank Glaw/Reprodução)

Os cientistas ainda não têm certeza de quantas espécies da família Geckolepis, que são popularmente chamadas de lagartixas-escama-de-peixe, possam existir no total. Contando com a nova descoberta, cinco delas já foram identificadas.

Para realizar a descoberta, Scherz e sua equipe utilizaram um aparelho de microtomografia computradorizada para comparar a estrutura do esqueleto da nova espécie com as outras que já eram conhecidas. As diferenças encontradas no formato dos ossos ao redor dos olhos e em outras partes do corpo, além do tamanho das escamas, confirmaram que se tratava de um animal não identificado anteriormente.

Apesar de nunca ter pegado uma G. megalepis na natureza, Scherz diz que tem uma vasta experiência tentando segurar outras lagartixas. Ele garante que a nova espécie pode ser ainda mais difícil de capturar, principalmente por ser ágil e possuir escamas que se desprenderem com facilidade.

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