“Em quase 29 anos, nunca vi coisa igual”, diz o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, computando o tempo desde que foi nomeado pelo ex-presidente Sarney, em 1989. O conflito é ruidoso, conheceu momentos de descalabro, mas é apenas a consequência de fatores que vão além do mundinho de onze ministros que se abrigam atrás da senhora de pedra, também conhecida como Deusa da Justiça, obra do escultor “oficial” de Brasília, Alfredo Ceschiatti.
Celso de Mello é o único dos cinco ministros nomeados pelo presidente Sarney a permanecer no tribunal. Marco Aurélio Mello, o segundo mais antigo na corte, é o remanescente dos três nomeados pelo ex-presidente Fernando Collor, e Gilmar Mendes o remanescente dos três nomeados pelo também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Dos demais componentes do atual time, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia e Dias Toffoli foram nomeados pelo presidente Lula; Luiz Fux, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Luiz Edson Fachin, pela presidente Dilma Rousseff; e Alexandre de Moraes, pelo presidente Temer. Lula chegou a nomear oito ministros e Dilma, cinco.
O Supremo de hoje tem a característica inédita, neste e em qualquer outro país, de ser composto de onze rostos que rivalizam, no reconhecimento pela população, com os rostos dos onze da seleção nacional de futebol. Acompanhe o programa no Podcast de VEJA: