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São Paulo não espalhou motins do PCC pelo país, afirma Alckmin

Para governador, transferências de líderes para fora do estado não são a causa de rebeliões recentes; facção esteve envolvida nos três massacres do ano

Por Da Redação
16 jan 2017, 13h15

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), descartou nesta segunda-feira qualquer responsabilidade do Estado na “proliferação” do Primeiro Comando da Capital (PCC) pelo país em razão de transferências de presos ligados à facção criminosa feitas a partir dos anos 1990.

Reportagem do jornal Folha de S. Paulo desta segunda-feira atribui, ao menos em parte, o crescimento da presença do PCC em presídios fora de São Paulo à política de transferências de líderes da facção. Segundo o jornal, que usou como fonte o Ministério Público de SP, em 2014, a facção tinha cerca de 10 mil criminosos afiliados, sendo 26% fora do Estado – hoje, o número de simpatizantes estaria em torno de 21.500, sendo 64% deles fora de São Paulo.

O PCC esteve envolvido nos três maiores massacres de presos registrados este ano em presídios brasileiros – no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus (AM), na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista (RR), e na Penitenciária de Alcaçuz, neste final de semana, na região metropolitana de Natal. No total, 117 presos foram mortos em decorrência de confrontos entre facções criminosas.

“Eu acho que você querer dizer que possíveis rebeliões que acontecem se devem a transferências feitas na década de 90, mais de 20 anos atrás, acho muita fantasia. É preciso arrumar outra desculpa”, falou. “O que precisa, para líderes de organizações criminosas, é você ter penitenciária de segurança máxima e regime disciplinar diferenciado, que é o que nós temos. Quando Lula assumiu, em 2003, o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, pediu para recebermos aqui o (traficante) Fernandinho Beira-Mar. Era para ficar 30 dias. Ficou dois anos. Zero problema. E só saiu daqui porque a Justiça determinou”, disse o tucano.

O governador também afirmou que deve inaugurar duas unidades prisionais ainda este mês. “Vamos entregar mais uma penitenciária novinha feminina em Votorantim, ao lado de Sorocaba. E aí nós seremos o primeiro Estado brasileiro a zerar mulheres em cadeia de distrito policial. E vamos inaugurar ainda este mês, ou na primeira semana de fevereiro, uma nova unidade prisional masculina em Icém. E temos 17 penitenciária em construção no Estado de São Paulo”, disse.

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(Com Estadão Conteúdo)

 

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