Rojões atingem acampamento de militantes pró-Lula na madrugada
Pelo menos um homem foi ferido. Não se sabe ainda quem disparou os fogos
Rojões e fogos de artifício foram disparados na madrugada desta quarta-feira contra o acampamento onde estão concentrados militantes do MST e da CUT que viajaram a Curitiba (PR) para acompanhar o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sérgio Moro. Confira o vídeo abaixo.
Os fogos atingiram pelo menos uma barraca, que ficou em chamas, e feriram um rapaz, Maicon Diekson Costa Leite, de 30 anos, professor do acampamento Dom Tomás Balduíno, em Quedas do Iguaçu, interior do Paraná. Ele foi levado a um pronto-socorro da capital paranaense, mas foi liberado em seguida. Ele sofreu escoriações leves no braço e no tórax.
No início da manhã, Maicon já estava de volta ao acampamento.
Além de Maicon, dizem os organizadores do acampamento pró-Lula, uma menina de 15 anos teve irritação nos olhos, causada por fogos de artifício que passaram próximo a seu rosto. Os organizadores do acampamento dizem que ficaram espalhados pelo local 26 cartuchos de rojões, que estavam encaixados a tijolos – segundo eles, numa preparação para que estourassem em sequência.
Logo após os fogos, um homem com mochila nas costas foi visto escondido sob um viaduto vizinho ao acampamento. Segundo os militantes, ele pode ter feito os disparos. O homem fugiu em seguida por uma escada no pilar do viaduto e, depois, correu por uma passarela.
Os fogos foram disparados pouco depois da meia-noite. O barulho provocou correria no acampamento, onde há centenas de pessoas dormindo em barracas – são homens, mulheres, idosos e crianças, principalmente da região sul do país.
Segurança do MST
Uma equipe destacada para fazer a segurança do acampamento, formada por 150 integrantes do MST, tentou localizar o responsável por lançar os fogos. Sem sucesso, os homens, armados com bastões de madeira, fizeram um cordão para isolar o local atingido.
O acampamento, montado próximo à Rodoferroviária de Curitiba, está cercado por grades. Além dos homens do MST, integrantes do que o movimento chama de “equipe de disciplina”, seguranças privados armados foram contratados para fazer a segurança dos militantes – eles estariam sendo pagos pela CUT. No momento do disparo dos fogos, esses seguranças armados guarneciam a entrada do acampamento, do lado oposto ao local atingido pelos rojões.
Vinte e cinco ônibus de viagem estão estacionados nos arredores da Rodoferroviária de Curitiba, onde fica o acampamento.
Na audiência desta quarta-feira, o ex-presidente Lula será interrogado pelo juiz Sergio Moro como parte de um processo em que ele é réu, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro por ter recebido favores da empreiteira OAS.