Querem fazer o estado recuar no combate ao crime, diz governador do Ceará
Atualização de domingo, 6 confirma 110 presos por ações criminosas, segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do estado
O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), publicou vídeo e texto em sua conta no Facebook neste sábado, 5, para falar sobre a onda de violência que acomete o estado, e agradecer o apoio de tropas federais. Atualização de domingo, 6 confirma 110 presos por ações criminosas no estado, segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS)
Após elencar todos os investimentos feitos por seu governo – ele foi reeleito para mais quatro anos -, como a contratação de mais de 10 mil profissionais, compra de 2.100 viaturas e reforço da estrutura do estado para combate ao crime, ele afirmou que a onda criminosa acontece exatamente como reação às iniciativas do poder público.
“Esse tem sido justamente o motivo desses atos criminosos: fazer com que o estado recue dessas medidas fortes, o que não há nenhuma possibilidade de acontecer. Pelo contrário: endureceremos cada vez mais contra o crime”, afirmou.
Ele disse que chamou na sexta-feira mais 600 profissionais de segurança para o governo e que irá convocar ainda mais concursados na área de segurança pública. Também afirmou que bombeiros, PMs e agentes penitenciários estão em “regime permanente de plantão”.
“Tenho absoluta confiança nos mais de 29 mil profissionais cearenses que formam as forças de segurança do nosso estado, que têm se doado noite e dia para combater o crime, especialmente neste momento em que o Estado do Ceará toma medidas duras e necessárias de combate ao crime organizado, fora e dentro de unidades prisionais”, disse.
O Ceará – especialmente a capital, Fortaleza – tem sido alvo de ataques a ônibus, carros, prédios públicos e outros locais, provavelmente coordenados por facções criminosas que atuam nos presídios do estado. “Desde que essas ações criminosas começaram a acontecer, há três dias, tenho me reunido com toda a cúpula da segurança pública e tomado as medidas, duras e necessárias”, afirmou Santana.
Ele disse, ainda, que tem conversado “de forma permanente com o ministro da Justiça e Segurança, Sergio Moro, que tem prestado um apoio muito importante neste momento, bem como com o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo”.
Moro é considerado adversário político pelo seu partido, o PT, por ter sido o responsável pela condenação de membros do partido na Operação Lava Jato, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Como sempre defendi, o combate ao crime organizado deve ser feito de forma cooperada entre estados e governo federal. É papel de todos proteger a população, deixando de lado vaidades e interesses pessoais ou partidários.”, escreveu.