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Promoter do “jogo do tigrinho” ostenta vida de luxo nas redes sociais

Polícia Federal vai abrir inquérito para investigar sites que estimulam crianças e adolescentes a apostarem

Por Ricardo Chapola
28 dez 2024, 22h20

Sobrinho de um vereador de Colombo, município próximo a Curitiba, David Henry Possebam, de 20 anos, ostenta uma vida de luxo nas redes sociais. Pelo Instagram, o criador de conteúdo compartilha com seus mais de 400 mil seguidores fotos de viagens e carros importados estacionados em frente a uma luxuosa mansão. Fruto do trabalho, garante. Ele também usa a plataforma para fazer propaganda, realizar promoções de celulares e computadores, além de pedir doações.

Possebam ganhou notoriedade na internet graças ao Youtube, onde criou um canal para publicar conteúdos de Minecraft, um  jogo que se tornou popular entre crianças e adolescentes. Hoje esse espaço serve para a realização de transmissões ao vivo, conduzidas por influenciadores que estimulam o público a apostar no “jogo do tigrinho” – um programa que simula uma máquina caça-níquel.

O canal do influenciador curitibano é citado num ofício enviado à Polícia Federal pelo Ministério dos Esportes. No documento, o órgão pede uma investigação sobre 25 canais que estariam promovendo jogos de maneira ilegal —  a maioria tendo como alvo o público mais jovem.

Possebam explicou que seu canal começou a fazer as transmissões que promoviam o “jogo do tigrinho” por conta de um vírus. “Consegui resolver isso só quando formatei o computador”, garantiu. O influenciador relatou que é frequentemente procurado por casas de apostas interessadas em fazer publicidade, mas ele recusa. “O tempo todo as casas de apostas me mandam email com proposta. Nunca aceitei porque o público do meu canal gosta de Minecraft. Não enquadra”, complementou.

Os canais listados usam alguns artifícios para atrair audiência.  Um deles atraiu mais de 4 milhões de inscritos divulgando brincadeiras que a mãe fazia com a filha. O espaço também hospeda transmissões ao vivo que incentivam espectadores a apostar. Algumas das lives chegam a atingir marcas superiores a 200.000 espectadores simultâneos.

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Silvanira da Conceição, a dona do canal, explicou que é comum que anunciantes procurem influenciadores para divulgar seus produtos. Ela admitiu que fez publicidade de jogos em seu canal — até ser notificada de que estava fazendo publicidade irregular. “Imediatamente parei  e rompi com a empresa que estava anunciando. Eles tinham CNPJ, tudo certinho e legalizado”, justificou, sem revelar o nome da empresa que a contratou.

Para os técnicos do Ministério dos Esportes, esses canais impulsionam o “jogo do tigrinho”, atraindo crianças e adolescentes com a promessa de dinheiro fácil. O órgão ressalta que vários desses jogadores também são vítimas de golpes.

As apostas online são legalizadas no Brasil desde 2018, mas somente no fim do ano passado começaram a ser regulamentadas pelas autoridades. Com ajuda do Ministério da Fazenda, o governo estipulou uma série de regras para autorizar a operação de empresas do setor no País. O “jogo do tigrinho” não é ilegal, mas precisa ser oferecido por sites reconhecidos e administrados por empresas que cumpram os requisitos exigidos pela lei e pelos órgãos reguladores do governo.

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