Polícia do Rio investiga golpistas que usavam IA para fraudar a Uber; prejuízo é de mais de R$ 100 mil
Esquema abriu 480 contas falsas e solicitou mais de 2.000 corridas, sempre com múltiplas paradas

A Polícia Civil do Rio realiza nesta quarta-feira, 13, uma operação para desmantelar uma rede criminosa especializada em fraudar o aplicativo de transporte da Uber. Batizada de Rota Falsa, a ação foi deflagrada após investigações apontarem uma prejuízo de R$ 114 mil à plataforma através de golpes aplicados pelo sistema de pagamentos via Pix. Agentes da Delegacia de Defraudações (DDEF) saíram às ruas para cumprir mandados de busca e apreensão em cinco endereços na Zona Norte da capital fluminense ligados a uma dupla de suspeitos, que foram encaminhados para prestar depoimento.
🚘🚨| DDEF em ação contra rede criminosa que aplicava golpes milionários em um aplicativo de transporte.
Mandados de busca e apreensão são cumpridos em bairros na Zona Norte RJ. pic.twitter.com/Qus4sA1yzZ
— Polícia Civil RJ (@PCERJ) August 13, 2025
De acordo com a polícia, criminosos criaram 480 contas falsas de passageiros e motoristas, que totalizaram mais de 2.000 corridas. Chama a atenção o modus operandi para acessar a plataforma: golpistas usavam tanto inteligência artificial para manipular imagens digitalmente quanto fotografias de outras pessoas, que eram impressas em papel e colocadas por cima dos rostos deles. Com essas contas, eram feitos pedidos de corridas sempre com múltiplas paradas, aumentando o preço da viagem.
A Uber cobria o pagamento das paradas, mas o valor ficava pendente na conta do passageiro, que em seguida era abandonada até se tornar inativa. Dos 480 perfis abertos, 478 tinham como endereço a residência de um homem, que passou a ser investigado. A polícia descobriu ainda que grande parte das contas bancárias vinculadas era de uma outra pessoa, uma mulher, agora também na mira. Em uma conta, foram movimentados cerca de R$ 800 mil.
Uber fez a denúncia
Policiais percorrem endereços no Alto da Boa Vista, Tijuca, Maracanã e Honório Gurgel. Num dos locais, foram encontradas fotos que serviam para fraudar o sistema de verificação do app. As apreensões até o momento incluem celulares, computadores,um carro e uma motocicleta. Os investigadores agora trabalham para identificar outros nomes da quadrilha.
Em nota, a Uber diz que foi responsável por levar a denúncia para a delegacia, após os mecanismos antifraude da plataforma detectarem as operações da quadrilha. A empresa, inclusive, colabora nas investigações. Confira a nota da empresa:
“A Uber esclarece que os mecanismos antifraude da plataforma detectaram os casos relatados, o que fez com que a empresa realizasse a denúncia para as autoridades competentes. Desde então, a Uber vem colaborando de forma ativa com a Polícia para a identificação dos suspeitos, sempre respeitando os termos da lei.
Nossas equipes de detecção de fraudes usam análises manuais e sistemas automatizados de aprendizado que analisam mais de 600 tipos de sinais diferentes à procura de comportamentos fraudulentos. Estamos permanentemente implementando novos processos e tecnologias para evitar fraudes e aprimorarmos o treinamento dos nossos agentes, enquanto seguimos trabalhando para ficar à frente dos golpes mais recentes.”