Polícia de MG investiga possível sabotagem de ex-funcionário de cervejaria
Boletim de ocorrência registrado por supervisor contra colaborador demitido em dezembro fundamenta suspeita; intoxicação matou uma pessoa
A Polícia Civil de Minas Gerais trabalha com a hipótese de um ex-funcionário da cervejaria Backer estar envolvido na contaminação da cerveja Belorizontina com a substância tóxica dietilenoglicol. A possível evidência é um boletim de ocorrência por ameaça de morte registrado por um supervisor da empresa contra um funcionário demitido em 19 de dezembro. Sem entrar em detalhes da investigação, a corporação diz oficialmente que trabalha com todas as possibilidades. Uma coletiva de imprensa para prestar esclarecimentos sobre o caso foi convocada para as 10h desta segunda-feira, 13.
Em nota, a Polícia Civil informou que a pessoa que registrou o boletim de ocorrência não voltou à delegacia para dar continuidade à ação penal. Por essa razão, o processo não avançou. “Tendo em vista que a pessoa que registrou o referido boletim não foi à delegacia representar pela continuidade da ação penal, não foi instaurado Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO, registro de infrações de menor potencial ofensivo)”, explicou. “Independentemente deste fato, a Polícia Civil não descarta nenhuma possibilidade”, acrescentou.
Os peritos do Instituto de Criminalística trabalharam no fim de semana na análise de amostras de cerveja recolhidas na Backer na última quinta-feira, 9. Os laudos ficarão prontos nos próximos dias. As autoridades suspeitam que lotes de cervejas produzidas pela fábrica mineira podem ter sido contaminadas pela substância dietilenoglicol e intoxicado consumidores. Uma pessoa morreu e os outras nove continuam em tratamento.
Tóxico, o dietilenoglicol costuma ser usado em sistemas de refrigeração devido a suas propriedades anticongelantes. Exames realizados pelo Instituto de Criminalística comprovaram a presença da substância em amostras da cerveja Belorizontina, da Backer (lotes L1-1348 e L2-1348), que foram recolhidas nas residências de pacientes internados. A Backer garante que não utiliza a substância em nenhuma etapa do processo de fabricação de seus produtos.
(Com Agência Brasil)