PGR pede condenação a Bolsonaro e derruba perdão a Mauro Cid
O programa Ponto de Vista, de VEJA, discutiu as alegações finais do Ministério Público sobre participação do ex-presidente e aliados em trama golpista
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Atualizado em 16 jul 2025, 15h49 - Publicado em 15 jul 2025, 10h51
O programa Ponto de Vista, de VEJA, desta terça-feira, 15, tratou das alegações finais da Procuradoria-Geral da República na ação do golpe de Estado e a manifestação do chefe do órgão, Paulo Gonet, para que todos os réus do chamado “núcleo crucial”, o que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro, sejam condenados.
Gonet ainda citou revelações de VEJA sobre a conduta de Mauro Cid ao longo do processo e negou o perdão judicial ao ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Esta é mais uma etapa do processo que, agora, entrará na fase de alegações finais da defesa dos réus e, então, seguirá para o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).
O programa teve a participação do advogado Gustavo Sampaio, professor de Direito Constitucional da Universidade Federal Fluminense (UFF), e do colunista de VEJA Robson Bonin.
“Após as alegações finais dos réus, o processo irá ao ministro Alexandre de Moraes para emitir o primeiro voto e será convocada a sessão de julgamento na Primeira Turma do Supremo. Ali teremos o veredito, a decisão definitiva de mérito sobre se todos serão condenados, se alguns serão absolvidos. E se forem condenados, por quais crimes. Porque não necessariamente serão condenados por todos os crimes. Aí teremos conhecimento da dosimetria da pena, do montante de pena aplicada a cada um dos réus”, explica Sampaio.
O professor também comentou a carta divulgada pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso, na qual o magistrado trata como fatos “incontroversos” os elementos apontados na denúncia da PGR, mesmo antes do início do julgamento na Primeira Turma da Corte — da qual Barroso, presidente do Supremo, não faz parte. No documento, o ministro também afirma que o presidente Donald Trump, ao anunciar tarifas de 50% ao Brasil sob o argumento de uma “perseguição” do Judiciário brasileiro a Bolsonaro, baseou-se em uma “compreensão imprecisa” da situação política recente do país.
“Barroso não será juiz desse julgamento. O pronunciamento dele não foi propriamente o pronunciamento de um dos juízes do julgamento (…) Mas apesar dele não ser um dos juízes da turma julgadora, ele é o presidente da Suprema Corte, que é o chefe do Poder Judiciário da nação”, ponderou o professor da UFF. “Como Trump mencionou que seu amigo, o ex-presidente Bolsonaro, estaria sob uma implacável perseguição do Poder Judiciário brasileiro, sentiu-se no dever, o presidente da Suprema Corte, de fazer uma carta demonstrando que o tribunal é apenas um órgão de jurisdição e que o Judiciário tem apenas o destino de cumprir suas missões constitucionais, nunca de invadir o átrio da política”, declarou.
O Ponto de Vista é transmitido a partir das 11h, de terça a quinta-feira, e você pode participar mandando sua pergunta nas nossas redes sociais ou pelo chat.
A entrevista é transmitida simultaneamente no YouTube e na home de VEJA, e para os inscritos no canal de VEJA no WhatsApp, bem como no serviço gratuito de streaming de VEJA, o VEJA+.
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