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PF descobre ‘empresa de logística’ em Viracopos para enviar droga à Europa

Operação prendeu funcionários do aeroporto e policiais que participavam do esquema de tráfico internacional de cocaína

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 out 2020, 13h36 - Publicado em 6 out 2020, 13h27

Uma quadrilha de funcionários do aeroporto de Viracopos, que tem o maior terminal de cargas do país, em Campinas (SP), oferecia um serviço de delivery para enviar cocaína pura à Europa. Segundo a Polícia Federal, trata-se de uma alternativa bem mais rápida de translado da droga do que pelos portos brasileiros, a modalidade mais utilizada pelo narcotráfico internacional.

O esquema contava com tripulantes, operadores de caminhão e trator, auxiliares de rampa, vigilantes e fornecedores que introduziam a droga nas aeronaves. Não faltava criatividade. A cocaína era escondida junto com a embalagem de refeições, mantas, pallets de carga ou mochilas de bagagem. O esquema comportava algumas variações, dependendo se era um avião de carga ou de passageiros. Geralmente, por delivery, o crime organizado pagava 50.000 reais a cada funcionário cooptado.

“A quantia oferecida era muita atrativa para esse pessoal que tem uma renumeração mensal de 2.000 reais”, explicou o delegado da PF Marcelo Ivo de Carvalho. Conforme as investigações conduzidas por Campinas, o grupo montou uma “empresa paralela de logística” dentro do aeroporto para oferecer esse serviço. Ao longo das apurações, a PF flagrou o repasse de um total de 250 quilos de cocaína.

O esquema foi desmantelado nesta terça-feira, dia 6, pela Polícia Federal na operação chamada Overload (excesso de carga, em inglês). Ao todo, 35 suspeitos foram presos e dois morreram durante o cumprimento dos mandados.

O destino preferencial era Portugal. Dois policiais, um civil e um militar, também foram presos hoje acusados de fazer parte da quadrilha. Dos suspeitos que foram mortos, um tinha passagem por homicídio e roubo e outro não possuía antecedentes criminais “As circunstâncias em que ocorreram essas mortes serão apuradas”, afirmou o delegado regional de Campinas, Edson Geraldo de Souza.

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Não é o primeiro esquema que a PF descobre de remessa de droga por meio de aeronaves comerciais. Em 2016, foi deflagrada uma grande operação contra uma quadrilha que colocava droga dentro do aeroporto de Guarulhos por meio de caminhões de lixo.

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