Pelo menos 50 crianças e adolescentes morreram ao fazer desafios de redes sociais
Operação investiga crimes de ódio em sete estados

Nos últimos anos, 50 crianças e adolescentes morreram após serem induzidas a cometer crimes em plataformas online, segundo a Polícia Civil do Rio. A operação Adolescência Segura, deflagrada em sete estados nesta terça-feira, 15, prendeu dois adultos e apreendeu sete adolescentes envolvidos em crimes como indução ao suicídio, racismo, intolerância religiosa e divulgação de pornografia infantil. Os líderes dessas redes criminosas, chamados de “oradores”, manipulavam vítimas por meio de chantagem e desafios perigosos, utilizando plataformas como Discord e Telegram.
A investigação começou após um ataque a um morador de rua, que teve 70% do corpo queimado por um adolescente, enquanto outro criminoso transmitia o crime ao vivo no Discord. A polícia descobriu que o grupo atuava em várias plataformas, usando manipulação psicológica e recompensas para incentivar crimes. Os envolvidos responderão por associação criminosa, instigação à automutilação e maus-tratos a animais, com penas que podem ultrapassar 10 anos de prisão.
A ação desta terça é realizada com o apoio do CyberLab da Secretaria Nacional de Segurança. Nas últimas semanas, agentes da Delegacia da Criança e dos Adolescente Vítima (DCAV) da Polícia Civil do Rio passaram a monitorar o servidor usado para a transmissão do crime e a cruzar dados. De acordo com a corporação, os administradores da rede compunham uma organização criminosa especializada em diversos crimes cibernéticos, tendo como principais alvos crianças e adolescentes.