Pela 3ª vez em menos de 1 mês, um trecho de ciclovia afunda no RJ
Obra construída há 15 anos não suportou a força das águas; prefeitura admite falha na execução, interdita local e estuda como fazer a reparação do passeio
A força das águas provocou o desabamento na manhã desta segunda-feira 9 de mais um trecho do calçadão construído na Praia da Macumba, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro, desmoronando a ciclovia situada logo abaixo da calçada. Moradores afirmam que a obra, construída há mais de quinze anos, vem enfrentando problemas há algum tempo.
Essa é a terceira vez em menos de um mês que um trecho do calçadão cai. A primeira foi no dia 15 de setembro, quando as condições do mar eram normais e não havia ressaca. Na segunda vez, em 4 de outubro, havia ressaca e o desabamento, que também afetou a ciclovia, chegou a ferir sem gravidade uma pessoa que passava pelo local.
Os desabamentos de ciclovias e calçadões vêm ocorrendo com frequência mesmo um ano e meio depois do desabamento de um trecho da Ciclovia Tim Maia ter matado duas pessoas às vésperas dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. Inaugurada a menos de quatro meses da tragédia, a obra havia custado R$ 44 milhões, mas não resistiu à ressaca – um trecho de cerca de 20 metros de ciclovia desabou, tragando duas pessoas.
Na ocasião, tanto o secretário executivo de Governo, Pedro Paulo Carvalho, quanto o prefeito Eduardo Paes (PMDB) classificaram o acidente como “imperdoável”. “É imperdoável o que aconteceu, já determinei a apuração imediata dos fatos”, disse o prefeito.
Com o desabamento da manhã desta segunda-feira, já chega a cerca de 300 metros o trecho do calçadão e da ciclovia da Praia da Macumba, que desmoronou com a força das águas e teve que ser interditado pela prefeitura.
No desabamento do dia 4 de outubro, o próprio secretário de Conservação e Meio Ambiente do município, Rubens Teixeira, admitiu que a obra havia sido malfeita e que, desde meados de setembro, técnicos da prefeitura estudam a melhor solução para refazer o calçadão.
Segundo ele, “a estrutura não foi estaqueada e não foi considerado o efeito das ondas tirando areia e descalçando o muro. Em alguns trechos, o muro ficou, mas a areia foi retirada pela maré. Houve falha na execução. Estamos em reuniões para buscar uma solução para a obra.”
O secretário admitiu ainda que a obra vem apresentando problemas há anos. Procurada para comentar o desabamento desta segunda-feira, a secretaria afirmou, em nota, que enviará uma equipe ao local “para avaliar os novos danos e reforçar o isolamento da área atingida.” Segundo a pasta, não houve feridos.
“Ressaltamos a importância de os frequentadores respeitarem os limites de interdição para evitar acidentes. Um grupo de estudos da secretaria, em parceria com a Rio Águas e a Geo-Rio, finalizará nesta semana estudo que definirá a maneira mais adequada de recompor o trecho atingido”, afirma a secretaria.
(Com Agência Brasil)