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Operação da PF mira o chefe do ‘Senhor das Armas’, líder de esquema internacional

Agente aposentado da corporação é apontado como o articulador de quadrilha que forneceu arsenal para o Comando Vermelho, vindo de Miami

Por Lucas Mathias SEGUIR SEGUINDO 20 mar 2025, 11h18

Operação Cash Courier cumpre 14 mandados de busca e apreensão em endereços na Zona Oeste do Rio de Janeiro (Divulgação/PF/.)

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, 20, a operação Cash Courier, contra uma organização criminosa voltada para o tráfico internacional de armas. O principal alvo foi identificado como Josias João do Nascimento, de 56 anos, um policial federal aposentado que atua como líder da quadrilha que enviou 2 mil fuzis de Miami, nos Estados Unidos, para o Rio de Janeiro. O armamento tinha como destino favelas controladas pelo Comando Vermelho.

A ação é um desdobramento de uma investigação iniciada em 2017, que na ocasião mirava Frederick Barbieri, apelidado de “Senhor das Armas”, condenado pela Justiça dos Estados Unidos justamente por tráfico internacional de armas. Naquele ano, foram apreendidos 60 fuzis no Aeroporto do Galeão. A apuração da PF identificou que, na verdade, Barbieri respondia a Josias do Nascimento.

O agente aposentado foi um dos alvos dos 14 mandados de busca e apreensão em cumprimento nesta quinta, em endereços residenciais e empresariais ligados aos integrantes do grupo criminoso, na Barra da Tijuca e no Recreio dos Bandeirantes, bairros da Zona Oeste do Rio de Janeiro. A Justiça também determinou o sequestro e bloqueio de bens e ativos no valor total de 50 milhões de reais.

No esquema criminoso, Nascimento se utilizava de pessoas físicas e jurídicas para aquisição de imóveis e bens, de modo a lavar o dinheiro obtivo com o comércio ilegal do arsenal de armas. Segundo a Polícia Federal, os investigados poderão responder pelos crimes de tráfico internacional de armas, organização criminosa, lavagem de capital, evasão de divisas, corrupção ativa e corrupção passiva.

Até a última atualização da PF, um dos alvos da operação, um miliciano que atuava em uma comunidade na Zona Oeste do Rio havia sido preso em flagrante por atirar contra os policiais federais, no momento em que estes anunciaram a entrada em sua residência, no bairro do Recreio dos Bandeirantes.

A ação é realizada com o apoio do Ministério Público Federal, do Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (CIFRA) — órgão integrante da Polícia Civil do Rio — e da Secretaria Nacional de Segurança Pública, ligada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.