Olavo de Carvalho atribui acusações de filha a ausência em filme
Heloisa Carvalho Arribas publicou carta em que acusa o filósofo de ter ameaçado filhos com revólver. Irmãos dela a desmentiram em redes sociais
Alvo de acusações feitas por uma de suas filhas, Heloisa de Carvalho Martins Arribas, no Facebook e em um blog, o filósofo Olavo de Carvalho nega ter ameaçado seus filhos com um revólver e ter tratado com descaso um suposto abuso sexual sofrido por ela quando criança. A VEJA, Carvalho afirma que ela não apresenta provas do que publicou em sua “Carta Aberta a um Pai”, que seus demais filhos, irmãos de Heloisa, já o procuraram para manifestar solidariedade e a desmentiram publicamente, por meio de redes sociais.
“Ela me acusa de ter ameaçado os meus filhos com um revólver na mão. E eles dizem que isso não aconteceu. É muito simples, ela tem sete irmãos, nenhum dos sete confirma o que ela está dizendo. Então é o crime sem vítima. Esse é um primeiro detalhe. Se houve um crime, há uma vítima, há um corpo de delito, então cadê a vítima? Isso nunca aconteceu, uma [filha] falou: ‘eu nunca fui ameaçada nem com chinelo na mão’”, diz Olavo de Carvalho, para quem Heloisa Arribas “não está boa da cabeça”.
O artista plástico Davi de Carvalho foi um dos filhos do filósofo que se manifestaram no Facebook a respeito da carta assinada pela irmã. “Meu pai nunca apontou uma arma para a minha cabeça, e também nunca o vi apontar uma arma para qualquer outra pessoa. As armas que ele me mostrou, foram entregues por ele nas minhas mãos, para que eu mesmo pudesse atirar no shooting range que havia na casa dele na Virginia”, escreveu ele.
A respeito da outra acusação no texto de Heloisa, o filósofo afirma que sequer sabia do suposto caso de abuso sexual contra sua filha. “Se ela sofreu um abuso sexual aos nove anos, quem foi o criminoso? Quem abusou dela? Por que ela não dá o nome? Ela acoberta o criminoso e vem acusar o pai quase 40 anos depois. Uma coisa que eu realmente não sabia. É um negócio totalmente sem provas, sem testemunha, sem coisa nenhuma, sem base nenhuma”.
Olavo de Carvalho relata ter tido pouco contato com Heloisa Arribas desde que se mudou para os Estados Unidos, há doze anos. “A última vez que eu encontrei, em pessoa, foi no dia em que eu parti para os Estados Unidos, em maio de 2005. Nesse ínterim, ela só teve contato comigo por telefone, rarissimamente”, diz ele, que conta ter indicado um psiquiatra à filha quando ela se queixou de problemas psicológicos e também tê-la auxiliado financeiramente.
Em 2016, segundo o filósofo, ele enviou a Heloisa 100.000 reais. “Eu fui mandando de dois [mil] em dois [mil], mas chegou uma hora ela falou: ‘estou com uma oportunidade de um negócio, eu vou entrar, preciso de um capital’. Mandei 60.000 de uma vez. Somando tudo deu 100.000”, afirma Carvalho, que completa: “não adianta dizer que é ressentimento de infância, porque o ressentimento até uns meses atrás não existia”.
Ele atribuiu as acusações da filha ao fato de ela não ter sido incluída no filme Jardim das Aflições, que trata da vida e da obra de Olavo de Carvalho. Além disso, para Carvalho, Heloisa Arribas tem sido influenciada pelos irmãos Jorge e Carlos Velasco, que mantêm um blog, o Prometheo Liberto, em que costumam atacar o filósofo. A carta também foi publicada no site.
“O ressentimento apareceu quando estreou o filme Jardim das Aflições. Ela telefonou ofendidíssima, porque meus filhos estavam todos participando do filme e ela não. Em seguida, começou a exigir que eu desse não sei quantas entradas gratuitas para a estreia do filme. Eu disse ‘olha eu não tenho controle nenhum desse negócio, nem sei como é isso’. Mandei ela falar com o Josias Teófilo, Josias deu as entradas que ela queria. Ainda assim isso não a satisfez”, relata.
“Quanto a esses irmãos Velasco, eles não são meus críticos. Crítico é quem discute suas ideias, suas opiniões. Eles ficam se dedicando a escarafunchar coisas reais e imaginárias da minha vida de 40, 50 anos atrás. É só intriga, só fofoca, não tem uma crítica, não tem uma discussão de ideia, não tem nada”, diz Olavo de Carvalho.