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Valor dado pela Odebrecht a políticos passa de R$ 450 milhões

Nos 76 inquéritos da lista de Fachin, delatores dizem ter bancado obras e contratos e financiado MPs que atendiam a interesses do grupo

Por Da redação
Atualizado em 13 abr 2017, 08h44 - Publicado em 13 abr 2017, 08h24

Os crimes que serão investigados nos 76 inquéritos da lista do ministro Edson Fachin envolvem pagamentos a políticos que chegam a 451,049 milhões de reais. O levantamento foi feito pela edição desta quinta-feira do jornal O Estado de S.Paulo. Desse total, os delatores da Odebrecht dizem ter repassado 224,6 milhões de reais por obras e contratos nos governos federal, estaduais e municipais e 170 milhões de reais por medidas provisórias, emendas parlamentares e resoluções legislativas que atendiam aos interesses da empreiteira.

Segundo o jornal, o inquérito que envolve as maiores propinas que a empreiteira afirma ter pago é o da compras das medidas provisórias 470/2009 e 613/2013. A primeira, segundo a acusação da Procuradoria-Geral da República, motivou o pagamento de 50 milhões de reais para a campanha presidencial de Dilma Rousseff, em 2010, e em razão da segunda a empreiteira relatou ter desembolsado 100 milhões de reais para a campanha de reeleição da presidente, em 2014.

A Odebrecht contabilizou ainda o pagamento de R$ 7 milhões no Congresso para a aprovação das MPs. Ao todo, segundo
a empreiteira, 4 milhões de reais foram distribuídos aos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL),
mais R$ 2 milhões ao senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) e aos deputados Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) e Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ambas as MPs favoreciam a Braskem, uma das empresas do grupo Odebrecht. A 470 alterava a forma de cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e a 613 concedia incentivos tributários a empresas químicas.
Custo. Em seu depoimento, o empresário Marcelo Odebrecht disse que não era incomum na edição de MPs o governo deixar
“pontas soltas”. “Às vezes, até a Receita colocava de propósito. E a gente tinha de ajustar via relator no Congresso. Isso
aumentava o famoso custo Congresso.”

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Do total de recursos citados nos inquéritos nem tudo saiu dos cofres da Odebrecht. Alguns pagamentos foram feitos
em parceria com outras empreiteiras, quando havia interesse em comum em jogo, explicaram os delatores.

 

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