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Obra em sítio de Atibaia durou apenas um mês, diz delator

Alexandrino Alencar, ex-executivo da Odebrecht, afirmou que a ex-primeira-dama Marisa Letícia pediu sua ajuda para finalizar as reformas

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 18h24 - Publicado em 23 mar 2017, 10h24

O ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht Alexandrino Alencar disse, em depoimento aos procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato, que a as obras na casa e no lago do sítio Santa Bárbara, em Atibaia, interior de São Paulo, frequentado pela família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva duraram um mês, segundo informações publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo na edição desta quinta-feira.

Segundo o ex-executivo, as obras feitas pela Odebrecht começaram no dia 15 de dezembro de 2010 e terminaram no dia 15 de janeiro seguinte. Formalmente, o sítio pertence a Fernando Bittar e Jonas Suassuna, sócios de Fábio Luiz Lula da Silva, filho do ex-presidente.

Alencar disse na delação que a empreiteira começou a reformar o sítio a pedido da ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta no dia 3 de fevereiro, vítima de um AVC. Segundo Alencar, Marisa o teria abordado durante a comemoração do aniversário de Lula, em outubro de 2010, num evento no Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília.

A ex-primeira-dama teria pedido a ajuda do então executivo porque temia que as obras no sítio de Atibaia não terminassem antes do fim do ano, quando Lula sairia da Presidência. Até aquele momento as obras estavam sendo feitas por uma equipe contratada pelo pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente. Após o pedido de Marisa Letícia, no entanto, a Odebrecht mandou dezenas de operários que trabalharam a toque de caixa para finalizar a obra.

A construção de novos cômodos, obras no lago e reformas na casa ultrapassaram 500 mil reais que foram pagos pela Odebrecht. Assim que a obra foi entregue, em 15 de janeiro de 2011, a OAS realizou reformas na cozinha. Em delação, o ex-executivo afirmou que nunca conversou com Lula sobre as reformas. Ele também afirmou que a obra teria sido um agrado à família do ex-presidente e não teve contrapartida em contratos da Odebrecht com órgãos públicos.

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O advogado do ex-presidente afirmou ao jornal que “após a oitiva de 73 testemunhas no âmbito da Operação Lava Jato, ao longo de 24 audiências, não há qualquer afirmação que possa vincular o ex-presidente à prática de ato ilícito”. Em nota, a Odebrecht afirmou que “não se manifesta sobre o teor de eventuais depoimentos de pessoas físicas, mas reafirma seu compromisso de colaborar com a Justiça”.

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