O plano de Henrique Meirelles para a retomada econômica de SP
Missões agendadas no exterior vão em busca de recursos para viabilizar projetos de infraestrutura como o da expansão da linha ferroviária do estado
Enquanto o comitê de crise do governo paulista coloca em prática o delicado plano de reabertura gradativa e seletiva da cidades do estado em meio ao surto do coronavírus, uma parte dos membros do Palácio do Bandeirantes já traça planos para tentar acelerar a retomada econômica no cenário pós-pandemia. Quem lidera o trabalho é o Secretário da Fazenda e Planejamento, Henrique Meirelles. Com base no diagnóstico de que o capital externo será fundamental na retomada, o governo planeja retomar viagens ao exterior em busca de financiamento para projetos. Já estão agendadas visitas a Alemanha e aos Emirados Árabes, que devem ocorrer em janeiro, onde serão instalados escritórios de representação.
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Clique e AssineOutra ideia envolve tirar da gaveta um projeto que já foi alvo de tentativas frustradas de governos anteriores: a construção de linhas de trens de passageiros e de cargas que vão ligar cidades importantes do interior paulista. Para sair do papel, o projeto precisa captar 8 bilhões de reais junto à iniciativa privada. O governo não colocará um centavo na obra e, como contrapartida, dará uma concessão de 30 anos para a exploração dessas linhas.
O primeiro trecho que deverá ser licitado em 2021 irá ligar a capital a Campinas, passando por Jundiaí e chegando até Americana. De acordo com Henrique Meirelles, a diferença no projeto atual é o modelo de concessão à iniciativa privada. “Sempre se falou em recurso público para obras como essa, mas o estado federativo não tem disponibilidade de recursos para fazer projeto dessa magnitude”, disse ele a VEJA.
O otimismo do governo no sucesso da empreitada é baseado no interesse já demonstrado por investidores estrangeiros em projetos de infraestrutura em São Paulo. Um dos maiores negócios recentes no estado foi a licitação da rodovia que liga as cidades de Piracicaba e Panorama, na fronteira com o Mato Grosso do Sul. Um consórcio financiado pelo Fundo Soberano de Cingapura venceu a licitação com um lance de 14 bilhões de reais para a construção de 1.273 quilômetros de estrada, a maior obra do tipo já licitada no país, “nos moldes das Autobahn alemãs”, como define Meirelles.