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O golpe (quase) perfeito

Polícia Federal prende os irmãos Batista, acusa um procurador de corrupção e diz que a JBS faturou 100 milhões de reais com sua delação premiada

Por Rodrigo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 set 2017, 13h12

Na noite de sexta-feira 8, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), tomou a decisão que o empresário e delator Joesley Batista mais temia: determinou a prisão temporária do executivo por haver indícios de que ele omitiu crimes em seu acordo de colaboração e de que utilizou a ajuda do ex-procurador Marcello Miller para decidir o que seria revelado às autoridades. Horas depois da ordem de prisão, o procurador-geral Rodrigo Janot se reuniu secretamente com o advogado da JBS Pierpaolo Bottini em uma distribuidora de bebidas em Brasília. O encontro de Janot e Bottini foi justificado pelo advogado como um “encontro fortuito”, apesar de os dois estarem em uma mesa escondida atrás da câmara fria, na parte dos fundos da distribuidora, reservado ao depósito, em meio a várias caixas de cerveja e bujões de gás.

Fora da agenda: Janot e o “encontro fortuito” com o advogado da JBS num bar de Brasília: a mesa, antes escondida entre caixas de cerveja, desapareceu (O Antagonista/Reprodução)
(Cristiano Mariz/VEJA)

O que nem Janot nem Bottini admitiram acabou descoberto por VEJA: momentos antes, o procurador-geral havia pedido aos funcionários que providenciassem a mesa no local mais escondido do estabelecimento para uma conversa sem testemunhas. Joesley Batista ainda não sabia, mas investigações da Polícia Federal haviam descoberto o que ele e seu irmão Wesley tentavam esconder a todo custo.

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