O fiasco do “amigão” de Bolsonaro nas urnas
Apontado como operador do esquema das rachadinhas no gabinete de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz se lançou na política nestas eleições
Símbolo do escândalo das rachadinhas no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e estreante nas urnas, Fabrício Queiroz (PTB) não convenceu os eleitores cariocas. Com 96,2% das urnas apuradas, o ex-policial militar, que se candidatou a deputado estadual pelo PTB, soma apenas 6 561 votos – a primeira colocada até então, Renata Souza (Psol) aparece com 171 328 votos. Suas chances de chegar a conquistar um dos 70 lugares na bancada da casa legislativa fluminense são mínimas.
Oficialmente, desde que veio à tona o suposto esquema de desvio de salários de servidores no gabinete do filho Zero Um do presidente Jair Bolsonaro, Queiroz e o mandatário, seu amigo há três décadas, se afastaram. Durante a campanha, no entanto, o ex-PM afirmou ter tido o aval dos Bolsonaro. Ele revelou a VEJA que quatro meses antes de oficializar sua candidatura, teve um encontro secreto no Rio, durante o feriado da Páscoa, com Flávio. “Naquela época, o Flávio (Bolsonaro) já me aconselhou a vir como estadual, que seria mais fácil. Argumentou que tinha vários nomes fortes bolsonaristas para deputado federal e poderia ser mais complicado”, lembra.
Apesar do apoio extraoficial da família, a candidatura do ex-PM se mostrou um fiasco. Isso, embora todo o material de campanha de Queiroz, que chegou a ficar preso em junho de 2020 durante quase um mês, tenha sua foto ao lado do presidente Bolsonaro. Para turbinar sua estreia nas urnas, ele havia mandado fazer 10 000 santinhos, 5 000 praguinhas (bottons colantes) e 100 adesivos de carros com a sua imagem sorridente ao lado do ex-capitão. O presidente e Queiroz se conheceram em 1984, na Vila Militar do Rio de Janeiro. Queiroz foi apontado pela Justiça como operador do esquema das Rachadinhas até o processo ser anulado e voltar à estaca zero.