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Novo líder do governo na Câmara é investigado na Lava Jato no STF

Aguinaldo Ribeiro é alvo de inquérito que apura envolvimento de deputados do PP no escândalo de corrupção da Petrobras

Por Da redação
Atualizado em 23 fev 2017, 21h47 - Publicado em 23 fev 2017, 21h34

Deputado de segundo mandato, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) é conhecido em Brasília como um político de perfil alinhado ao seu partido: está em todos os governos, não importa qual. Indicado para ocupar a liderança do governo Michel Temer na Câmara, Ribeiro já foi ministro das Cidades no governo Dilma Rousseff e votou contra o impeachment da petista na comissão especial da Casa mas, ao ver a tendência da bancada do PP, votou pelo afastamento da ex-presidente.

O comportamento de Ribeiro se repetiu meses após o impeachment ser aprovado pelos deputados. Então líder do PP na Casa, ele era um dos parlamentares mais próximos do ex-presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e foi um dos poucos que esteve com o peemedebista na reunião que selou a renúncia de Cunha ao cargo.

Até a véspera da cassação do peemedebista, Aguinaldo Ribeiro esteve próximo do ex-deputado, mas na hora da votação aberta acabou sucumbindo à pressão e votou pela perda do mandato. Cunha não o perdoou e o chamou de “covarde e hipócrita”. “A política detesta traidor”, desabafou Cunha em entrevista, um mês antes de ser preso.

Assim como Cunha, o novo líder do governo na Câmara também é alvo da Operação Lava Jato e investigado desde 2015. Ele é um dos nomes apontados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como supostamente parte de uma “organização criminosa” que atuava no âmbito da Petrobras. Quando o inquérito foi fatiado, a pedido de Janot, Ribeiro permaneceu entre os investigados na parte relacionada à atuação dos parlamentares do PP no esquema.

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Família

O deputado não é o primeiro da família a ver seu nome citado em um escândalo de corrupção. Oriundo de uma família com longa trajetória política na Paraíba, Aguinaldo Ribeiro viu seu pai, o ex-deputado Enivaldo Ribeiro (PP-PB), ser mencionado por envolvimento no escândalo da Máfia das Sanguessugas, de 2006. Na época, parlamentares eram acusados de levar propina para direcionar emendas destinadas à compra de ambulâncias superfaturadas.

O pai e a mãe de Ribeiro, Virgínia Velloso Borges, já foram prefeitos: ele de Campina Grande e ela de Pilar. Já o novo líder do governo na Câmara foi deputado estadual por duas vezes na Assembleia da Paraíba, função que hoje é ocupada pela irmã, Daniella Ribeiro (PP).

Ribeiro é do grupo político ligado ao presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e do atual líder da bancada na Câmara, Arthur Lira (AL). Evangélico, o deputado é conhecido pelo seu temperamento calmo e diplomático no trato com os colegas.

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Sua nomeação como líder do governo destrava a formação das comissões permanentes na Câmara, uma vez que libera o PMDB a permanecer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e indicar Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) para o comando do colegiado. O PP ameaçava entrar na disputa pela principal comissão da Casa se não tivesse um espaço maior no governo.

Religião

Evangélico fiel da Igreja Batista, o parlamentar paraibano é contra o divórcio de casais. Ele já apresentou projetos para beneficiar igrejas.Um deles foi apresentado em 2011 e propunha a liberação e recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para financiar a construção de templos religiosos. A proposta não foi aprovada.

No mesmo ano, o deputado do PP apresentou projeto para isentar “entidades religiosas” de pagarem a contribuição para a Previdência Social de remunerações pagas, devidas ou creditadas relacionadas a obras de construção de tempos ou de “sede social”. A matéria também não foi aprovada.

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(com Estadão Conteúdo)

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