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Namorada virtual de adolescente que matou família no RJ planejava matar a própria mãe

Polícia teve acesso ao notebook da jovem, que orientou o namorado durante o crime e chegou a chantageá-lo para que viajasse ao seu encontro

Por Anita Prado Atualizado em 1 jul 2025, 15h11 - Publicado em 1 jul 2025, 15h04

Família assassinada por adolescente (Reprodução/Reprodução)

A investigação sobre o triplo homicídio cometido por um adolescente de 14 anos em Itaperuna, no interior do Rio de Janeiro, revelou novos detalhes sobre o envolvimento da namorada virtual do rapaz, de 15 anos, apreendida no Mato Grosso. Segundo a Polícia Civil, além de participar do planejamento da morte dos pais e do irmão do garoto, a jovem também cogitava matar a própria mãe.

As informações vieram à tona após a mãe da adolescente autorizar o acesso da polícia ao notebook da filha. O material contém conversas entre os dois adolescentes sobre diferentes formas de cometer o crime, desaparecer com os corpos e fugir sem levantar suspeitas. As mensagens indicam que a jovem incentivava a ação e participava das decisões. Ela e o namorado também trocaram ideias sobre como matar a mãe dela — plano que, segundo os investigadores, não chegou a ser executado.

O casal se conheceu há seis anos, por meio de jogos online. O relacionamento teria se intensificado ao longo do último ano. De acordo com o delegado Carlos Augusto Guimarães, a adolescente passou a exercer pressão emocional sobre o garoto, chegando a fazer ameaças. “Ela dizia que acabaria com ele se ele não fosse vê-la”, afirmou o delegado.

A motivação do crime, segundo a polícia, envolveu também ganância. O adolescente cogitou diferentes formas de obter dinheiro da própria família, como vender a casa e o carro, além de tentar sacar o FGTS do pai, dono da arma utilizada no crime.

Na madrugada de 21 de junho, os dois adolescentes mantiveram contato em tempo real enquanto o garoto executava o plano. Ele esperou que os pais e o irmão de 3 anos dormissem antes de matá-los com tiros na cabeça. Em seguida, tirou uma foto dos corpos e enviou para a namorada. Depois, arrastou os três até a cisterna da casa e tentou encobrir o crime. Durante toda a ação, recebeu mensagens da jovem com instruções sobre como agir para não ser descoberto.

Ambos estão apreendidos e respondem por ato infracional análogo a homicídio triplamente qualificado.