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Marconi Perillo (PSDB), governador de GO, é acusado de corrupção

Ministério Público Federal também acusa Fernando Cavendish, dono da Delta Construtora, e Carlinhos Cachoeira, de pagamento de propina para beneficiar tucano

Por Da Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 18h02 - Publicado em 30 mar 2017, 21h30

O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), foi denunciado pelo Ministério Público Federal pelo crime de corrupção passiva, junto com o empresário Carlinhos Cachoeira, o presidente da Delta Construções, Fernando Cavendish, e o executivo da empreiteira Cláudio Dias Abreu – estes três por pagamento de propina.

Segundo o vice-procurador-geral da República, José Bonifácio de Andrada, o governador goiano recebeu vantagens indevidas para beneficiar a Delta em contratos do estado. De acordo com a denúncia, entre 2011 e 2012, os executivos da Delta e Cachoeira prometeram o pagamento de vantagens indevidas ao tucano para obter o incremento dos contratos mantidos pela empreiteira com órgãos do estado.

A denúncia demonstra que a Delta, por meio de empresas fantasmas, pagou duas parcelas de R$ 45 mil a Marconi Perillo, relativas a dívida de sua campanha eleitoral de 2010, quando foi eleito. Com isso, segundo o MPF, o governador garantiu a assinatura de dois termos aditivos a um contrato do estado com a empresa, bem como o fluxo de desembolsos a título de custeio. Os aditivos, ainda de acordo com a denúncia, foram usados para ampliar o número de carros da Delta locados pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e fizeram o contrato pular de R$ 66,2 milhões para R$ 75,3 milhões. Depois, houve novo aumento, superando o teto de 25% sobre o contrato original estabelecido pela Lei de Licitações.

A denúncia aponta que Perillo sabia que o contrato de locação trazia prejuízo à administração, além de ser ilegal. Durante a investigação, o MPF verificou que a Delta criou centros de custo vinculados a 18 escritórios regionais da empreiteira em todo o país com laranjas. “Estas pessoas jurídicas não possuíam empregados, nem produziam bens ou prestavam serviços. Os acusados pretendiam utilizá-las quase que unicamente para a dissimulação do pagamento de propina a agentes públicos”, diz a denúncia, que junta extratos bancários e interceptações telefônicas dos envolvidos.

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“Os pagamentos das propinas, diga-se, eram levados a efeito através de transferências feitas pelas empresas fantasmas aos beneficiários sob a forma de quitação de despesas dos agentes públicos ou por meio de saques em dinheiro e entrega em espécie às autoridades”, escreveu o vice-procurador-geral.

Defesa

O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que representa Perillo, afirmou que a defesa foi surpreendida porque achava que o assunto estava esclarecido. Sobre as interceptações, o advogado disse que não vai se posicionar porque já anulou em outros casos essas gravações. “Essa denúncia é fruto do momento punitivo brasileiro, porque a denúncia é desconectada dos fatos. Não houve nenhuma irregularidade”, afirmou.

O advogado de Cavendish, Antonio Pitombo, disse que não vai comentar a denúncia. Os defensores de Cachoeira e Abreu não foram localizados.

(Com Estadão Conteúdo)

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