Mãe de Vitória recebia ameaças, afirma advogado da família
Segundo Roberto Guastelli, as mensagens partiram de um telefone de MG e continuaram mesmo após a localização do corpo
A professora Rosana Maciel Guimarães, de 39 anos, mãe da menina Vitória Gabrielly Guimarães Vaz, de 12 anos, que foi encontrada morta oito dias após desaparecer ao sair para brincar de patins em Araçariguama, estava recebendo ameaças no celular desde o dia que a menina sumiu. A informação é nova na investigação e foi confirmada pelo advogado Roberto Guastelli, que representa a mãe e o pai de Vitória, que são separados.
Segundo Guastelli, Rosana começou a receber mensagens no celular dias depois de a menina desaparecer. As mensagens são de um telefone com DDD 35, em Minas Gerais, e aparentemente foram enviadas pela mesma pessoa. O advogado afirmou que avisou a Polícia Civil ainda na semana passada sobre as mensagens e que elas continuaram essa semana, mesmo após o encontro do corpo. Nesta quarta-feira (20), os celulares de Rosana, Luiz Alberto Vaz (pai de Vitória) e da madrasta foram apreendidos pela polícia para serem periciados.
Em entrevista a VEJA nesta terça-feira, Rosana negou que estava recebendo ameaças e Guastelli não soube dizer por que a cliente não falou sobre o assunto. “Isso foi uma decisão dela. O que eu sei é que as mensagens começaram na quarta-feira da semana passada e continuaram por toda a semana e final de semana. São mensagens que não acabam. O que estão mostrando na televisão é apenas uma parte do que ela recebeu”, afirmou o advogado.
Nos textos que vieram a público, o interlocutor diz que Rosana brincou com a pessoa errada, diz que cumpriu o que prometeu, que a polícia não sabe de nada, diz que esteve no velório da menina e ameaça, inclusive, a outra filha de Rosana, chamada Joice. Em uma das mensagens Rosana responde ao ameaçador e Guastelli afirma que a cliente não sabe quem era. “Ela não conhece ninguém em Minas. O problema é que a Rosana se expôs muito com o desaparecimento e publicou o celular dela em muitas redes sociais. Qualquer pessoa pode ter pego o número e pode estar fazendo esse tipo de coisa.”
De acordo com Guastelli, será feita uma perícia nos aparelhos para descobrir se as ameaças são reais ou algum tipo de trote. “Não sabemos quem é a pessoa. Agora a polícia vai fazer o rastreamento para descobrir se procedem essas ameaças ou se é algum tipo de brincadeira ou chantagem”.
O caso está sob segredo de Justiça, então a Polícia Civil não confirma nem desmente as informações. A Secretaria da Segurança Pública informou apenas que as investigações estão em andamento e que uma equipe do Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) entrou no caso para maior suporte à perícia técnica.