Jovens no universo: há mais de 70 anos, CAPRICHO dita tendências
Marca segue ajudando a garotada a decifrar o mundo cada vez mais conectado e complexo
Nos 75 anos da Abril, uma marca ocupa lugar privilegiado, como espelho de sucessivas gerações. CAPRICHO foi a primeira revista criada pela editora. Lançada em junho de 1952, trazia “cinenovelas” (mais tarde rebatizadas de fotonovelas) em fascículos. Ao longo de mais de sete décadas, de mãos dadas com os humores da sociedade, reinventou-se diversas vezes e se firmou como a principal plataforma de conteúdo jovem do país. A transformação mais recente começou a ser implementada em 2023 e, além de consolidar o maior site teen da América Latina, com mais de 1,5 milhão de unique visitors e 3,5 milhões de pageviews por mês, trouxe de volta as edições impressas.
Hoje, CAPRICHO é um querido fenômeno digital, com 21 milhões de seguidores nas redes sociais (8 milhões de likes e 411 500 seguidores no TikTok, 6,1 milhões de seguidores no Facebook e 4 milhões no Instagram, e subindo). Dados de abril de 2025 apontam uma média de 74 milhões de visualizações de vídeos por ano. No novo posicionamento editorial, a proposta não é falar sobre o universo jovem, mas sobre o jovem no universo, o que faz toda a diferença. “Todo mundo conhece a revista e tem com o título uma história, uma identificação, alguma conexão”, diz a editora-chefe Andrea Martinelli. “E essa é nossa grande força, saber que acompanhamos as mudanças da sociedade há muitas gerações.” Sim, porque se o adolescente atual é muito diferente daquele dos anos 1960, ele também tem diferenças relevantes em relação ao de dez anos atrás. Os meninos e meninas que chegam aos 13 anos agora são 100% nativos digitais, nunca experimentaram a vida sem celular, internet e, sobretudo, as redes sociais.
A chave para o sucesso da publicação é justamente manter-se jovem trazendo na bagagem a experiência de mais de setenta anos. Valorizar as memórias sem cair na nostalgia, como uma máquina do tempo que nos transporta para outro tempo, outro lugar. Depois daquela fase original das fotonovelas com galãs lindos, apaixonados, bondosos, com ótimo caráter e, claro, riquíssimos — que sempre levavam suas parceiras para o mundo encantado do “happy end” —, CAPRICHO tornou-se pioneira entre as revistas voltadas para o público feminino, falando de pílula anticoncepcional, TV em cores, alimentos congelados, psicologia moderna, moda prática e um imenso etcétera.
Mais tarde, quando a própria ideia de adolescência começou a ganhar espaço na sociedade, CAPRICHO voltou-se para esse público em transformação. No início, o público era apenas feminino. No passado, é bom lembrar, a revista seguiu modismos como a obsessão por dietas e o fascínio pelo cor-de-rosa, nas roupas e acessórios, na maquiagem, no logotipo e nas páginas da revista. Ditou tendências, sem dúvida, mas foi marcada também pelo espírito do tempo. Por muitos anos, todas queriam estar na capa da publicação, que servia como uma plataforma de lançamento para dez entre dez jovens modelos, cantoras e atrizes. Luana Piovani em sua icônica foto segurando uma camisinha (sob a frase “Tem que usar”) é o símbolo máximo dessa época. Mas a Garota CAPRICHO, it girl dos anos 1990 e 2000, cresceu — e as reportagens do site hoje valorizam a autenticidade, a expressão, a criatividade, tudo para ajudar a mocidade (inclusive os meninos, que cada vez mais fazem parte do público que segue a marca) a entender o mundo. “Continuamos sendo o principal veículo a colocar o jovem como protagonista”, diz Andrea. Assim, o propósito atual da publicação é ajudar seus leitores a criar um universo de possibilidades, de forma a valorizar as inquietações para despertar e expressar o que há de melhor em cada uma e em cada um. Num mundo digital, em que milhões replicam os mesmos vídeos e seguem as mesmas trends, a ideia é distribuir informação de qualidade (seja pelo jornalismo, seja pelo entretenimento) para auxiliar os jovens a questionar, a ser eles mesmos, a entender como eles se encaixam (ou não) na realidade que bate à porta.
No dia a dia, a redação voltou a fazer (desde agosto de 2023) edições mensais que são publicadas no site, com um tema principal na capa e assuntos divididos por editorias, como moda, sociedade, política ou comportamento. Não se trata apenas de falar daquilo que todos estão falando, como o sucesso da série Adolescência e da novela Garota do Momento (que mobilizaram a mídia neste primeiro semestre de 2025), mas de trazer novas abordagens, ampliar a discussão, dar voz aos jovens, quebrar paradigmas e expectativas. “Ninguém traz as pautas do jeito que nós trazemos, de forma didática mas sem subestimar o leitor”, resume Andrea. Foi com esse mesmo espírito que CAPRICHO voltou às bancas em dezembro de 2024. A edição especial comemorativa praticamente esgotou a tiragem (numa curiosa integração entre o mundo real e o digital, mais de 9,5 milhões de pessoas viram a capa nas redes sociais e outras 10 000 fizeram o download para seus equipamentos) e, desde então, a revista volta a circular de forma impressa a cada seis meses.
Ao longo do ano, porém, é possível levar CAPRICHO na mochila, na bolsa, tanto na escola quanto em casa ou na rua. Há mais de vinte anos uma série de produtos exclusivos da marca é vendida em papelarias e lojas em todo o Brasil. A parceria mais duradoura é com a Tilibra, que produz e vende cadernos e agendas — voltados para o público jovem, é claro. Desde o princípio, toda essa comunicação visual é aprovada conjuntamente pelas equipes editoriais e de marketing da publicação. As parcerias incluem roupas e acessórios, perfumes e chocolates, entre outros itens, permitindo a uma série de empresas associar-se na distribuição de produtos e serviços que se conectam com a geração Z. Como acontece há 73 anos, todo mundo tem uma história com CAPRICHO. E vai continuar tendo.
Publicado em VEJA de 27 de junho de 2025, edição especial nº 2950
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