José Dirceu diz que vai pedir revisão do julgamento do mensalão
Ex-ministro também afirma que o presidente Lula quer que ele se candidate a deputado federal por São Paulo
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5 jul 2025, 10h56
O ex-ministro José Dirceu afirmou que vai pedir a revisão do julgamento do processo do mensalão. Em entrevista à revista Focus, da Fundação Perseu Abramo, entidade ligada ao PT, o ex-ministro da Casa Civil do primeiro governo Lula afirmou que vai impetrar o pedido após as eleições de 2026.
Dirceu e outras 23 pessoas foram condenadas por corrupção, lista que incluiu políticos, dirigentes partidários e empresários.
O pedido de revisão de um processo criminal transitado em julgado, como é o do mensalão, pode ser feito se algum dos réus entender que houve erro do judicial. Implica em um novo exame de uma causa já decidida, mas as chances de êxito só existem nos procedimentos em que há notória injustiça, o que não é o caso.
Para não levar o assunto ao debate eleitoral, Dirceu conta que pretende que pedir a revisão da Ação Penal 470 apenas no final do ano que vem. “Tem vários fatos lá no processo do chamado Mensalão que precisam ser revisitados. Vou pedir essa revisão”, disse ele, sem, no entanto, detalhar que fatos são estes.
O julgamento do mensalão foi conduzido pelo então ministro Joaquim Barbosa e teve como revisor o atual ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. “O judiciário virou um partido de oposição, criminalizando a política e a esquerda”, afirmou Dirceu, se referindo à Operação Lava-Jato.
Candidato a deputado por São Paulo
O ex-ministro foi condenado por corrupção no processo do mensalão e também petrolão a penas que, somadas, ultrapassam 39 anos de cadeia. Ele disse que vai publicar um livro sobre o seu caso.
Na mesma entrevista, também confirmou que deverá concorrer a uma vaga de deputado federal nas próximas eleições e que foi incentivado a isso por Lula. “Minha tendência é ser candidato, acho que depende do PT de São Paulo, depende de conversar”, disse. “Nosso presidente (Lula) pessoalmente já me disse que considera, por justiça, que eu deveria virar essa página, ser candidato e tentar me eleger para voltar à Câmara”.
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