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Joesley planejava usar Cardozo para gravar ministros do STF

Em novo trecho dos áudios entregues à PGR, Joesley deixa claro seus alvos: “Nós só vai entregar o Judiciário e o Executivo”

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 set 2017, 12h40 - Publicado em 5 set 2017, 11h48

Nos áudios entregues ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, os delatores Joesley Batista e Ricardo Saud falam abertamente do plano de usar o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo para grampear ministros do STF que estariam sob sua influência no período em que atuou como principal articulador do governo da ex-presidente Dilma Rousseff no Judiciário. O plano dos delatores era produzir provas comprometedoras contra o ex-ministro da Justiça e convencê-lo a participar do plano.

Na conversa, Joesley Batista faz referência à delação da Odebrecht que, em sua avaliação, havia entregue em sua delação muitas autoridades ligadas ao poder Legislativo. O objetivo do dono da J&F era entregar os poderes Executivo e Judiciário. Para cumprir o plano, seria necessário atrair o ex-ministro da Justiça. Segundo Joesley, com o ex-ministro da Justiça comprometido, seria possível convencê-lo a gravar os ministro do Supremo sob sua suposta influência:

“Eu vou entregar o Executivo e você vai entregar o Zé, o Zé vai entregar um… Vou ligar e chamar ele e falar… O Zé, seguinte, você precisa trabalhar com a gente, nós precisamos organizar o Supremo, a única chance que a gente tem de sobreviver… Você tem quem? Como é cada um? Qual a influência que você tem nesse? Como é que a gente grampeia? o Zé vai entregar tudo… A gente vai falar de dois só, nós só vai entregar o Judiciário e o Executivo, a ODB (referência à delação da Odebrecht) moeu o Legislativo, nós vamos moer…”, diz Joesley.

Em outro trecho do áudio, fica demonstrado que o plano de Joesley Batista era gravar todos os interlocutores que pudessem oferecer histórias de interesse dos investigadores, entregar os áudios à Procuradoria e se livrar das investigações: “Tem que se um tchau e não voltar aqui mais nunca… Não tem negócio de vir depois… Nós vamos fazer um serviço tão bem feito que não vai precisar chamar nóis… Tá tudo gravado ai”, diz Joesley a Ricardo Saude.

O executivo da J&F não se mostra tão confiante quanto Joesley e afirma que os dois poderiam se ver livres das investigações se tivessem algo contundente: “A não ser que o Zé entregue o Supremo inteiro”, diz Saud, no que é complementado por Joesley: “O Zé vai entregar… B é isso, o C é isso… Por onde a gente chega, bota tudo na conta do Zé…”.

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