Joesley Batista fica em silêncio na CPMI da JBS
O empresário seguiu as orientações de seus advogados e não respondeu às perguntas dos parlamentares
Convocado para prestar esclarecimentos em audiência conjunta da CPMI da JBS e da CPI do BNDES (Senado), o empresário Joesley Batista, controlador do grupo J&F, seguiu a orientação de seus advogados e não respondeu às perguntas dos parlamentares.
Assim que o presidente do colegiado, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), passou a palavra a Joesley Batista, o advogado Ticiano Figueiredo esclareceu, conforme já havia feito em ofício enviado às CPIs na semana passada, que ele não responderia a nenhuma pergunta, respaldado pelo direito constitucional de permanecer calado.
Preso desde setembro por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), Joesley Batista chegou ao Senado pouco depois das 8h escoltado por agentes da Polícia Federal e acompanhado por seus advogados. Até começar a reunião, ele permaneceu aguardando em uma sala isolada. A estratégia do executivo, de permanecer em silêncio, foi a mesma adotada pelo irmão Wesley Batista e pelos ex-diretores da J&F Ricardo Saud e Francisco de Assis e Silva.
Próximos passos
O depoimento de Joesley era considerado um dos mais importantes pelos parlamentares. Outra oitiva considerada chave pelo senador Ataídes Oliveira é a do ex-chefe de gabinete do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, Eduardo Pelella.
O depoimento de Pelella estava marcado para o dia 22 de novembro, mas não ocorreu porque um mandado de segurança para suspender a convocação no Supremo Tribunal Federal (STF), impetrado pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, foi deferido pelo ministro Dias Toffoli.
Na decisão, Toffoli também deu prazo de dez dias para que o presidente da CPMI prestasse informações sobre a convocação de Pelella. “Estamos pedindo que ele [Toffoli] reconsidere ou que ele leve a decisão ao plenário porque penso que é de grande valia para nós ouvir Eduardo Pelella”, disse Ataídes ao esclarecer que a advocacia do Senado já enviou as explicações ao ministro.
A convocação de Pelella pela CPI da JBS foi aprovada depois que ele recusou receber os assessores da comissão e o presidente do colegiado.