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Exército ensaia plano contra invasões no Planalto

Batalhão da Guarda Presidencial fez treino para conter invasões à sede da Presidência após delação da JBS citar Temer

Por Felipe Frazão 18 Maio 2017, 14h06

O Batalhão da Guarda Presidencial do Exército, responsável pela segurança do Palácio do Planalto, ensaiou nesta quinta-feira detalhes de um plano contra invasões de manifestantes. O “Plano Scooby” consiste em conter invasores que consigam furar os bloqueios e ultrapassar as grades de segurança que isolam a sede da Presidência da República, em Brasília.

Dezenas de militares fardados e agentes vestidos de terno receberam armamento menos letal – escopetas carregadas com balas de borracha, cassetetes e cilindros portáteis com spray de pimenta. A preparação começou na noite de quarta-feira, depois da revelação de trechos da delação dos donos do frigorífico JBS – o presidente Michel Temer foi gravado por Joesley Batista dando aval a pagamentos para calar o ex-deputado Eduardo Cunha, preso e condenado na Operação Lava Jato. Temer negou o teor do diálogo.

A ordem é agir em legítima defesa e reagir agressões de imediato no mesmo grau de força usando o armamento que estiver disponível – e não em escala progressiva, do meio mais brando ao mais contundente. Os agentes foram alertados para golpear com os bastões de baixo para cima ou em estocadas, e não de cima para baixo por causa dos fotógrafos. “Não vamos usar o bastão de cima para baixo porque fica muito feio na foto. Vai aparecer na foto de qualquer jeito, mas fica mais discreto”, orientou um oficial.

A maior preocupação é com a rampa do Palácio do Planalto, ponto que daria acesso direto ao segundo andar da Presidência, e com o parlatório. As duas guaritas de estacionamento ficaram guarnecidas permanentemente pelo choque, desde a noite desta quarta.

Conforme o protocolo de segurança, a tropa de choque do Batalhão da Guarda Presidencial, armada com escudos, capacetes e cassetetes, fica posicionada sempre em linha ao longo do prédio, com uma formação de agentes de terno, à paisana, postados a dois braços de distância à frente, formando duas barreiras humanas paralelas. A primeira linha de agentes nunca deverá ficar a menos de dois metros das grades, para evitar proximidade com os manifestantes que possa levar a provocações ou contato físico. Caso alguém tente pular as grades, deverá ser combatido primeiro com spray de pimenta e, se conseguir passar, contido pelos agentes. Soldados fardados armados com munição de borracha estão dispersos em diferentes pontos estratégicos do palácio presidencial.

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