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Ex-financiador do PCC é assassinado dentro de penitenciária em SP

Traficante Edilson Borges Nogueira, o Biroska, integrou cúpula da facção criminosa e foi morto dentro da penitenciária de Presidente Venceslau

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 6 dez 2017, 10h49 - Publicado em 5 dez 2017, 17h40

O traficante de drogas Edilson Borges Nogueira, o Biroska, de 44 anos, foi assassinado a facadas nesta terça-feira durante o banho de sol na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo. É nesta unidade que está detida a maioria dos chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC). Considerado um dos líderes e financiadores da facção, ele era responsável pelo tráfico de drogas em Diadema, no ABC Paulista, e já pertenceu à cúpula do crime organizado.

Seu assassinato acontece em meio à revelação feita pelo procurador de Justiça Márcio Sérgio Christino de que o líder máximo do PCC, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, teria atuado como informante da polícia, entregando antigos líderes da facção para chegar ao poder.

Edilson Borges Nogueira, o 'Biroska'
Edilson Borges Nogueira, o ‘Biroska’ (Reprodução/VEJA)

Dois homens participaram do ataque a Biroska. São suspeitos os presos Danilo Antonio Cirino Felix, de 29 anos, e Gilberto Souza Barbosa Silva (o Caveira), de 46. De acordo com os agentes penitenciários, Felix segurou a vítima pelo pescoço enquanto Caveira o golpeava com um estilete. Quando os agentes intervieram, o preso já estava morto.

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Para investigadores que acompanham o caso, Biroska jamais seria assassinado em Presidente Venceslau sem ordem da cúpula da facção — ele estava preso havia 12 anos. Depois de dominar o tráfico de drogas na região de Diadema e expandir seus negócios para a zona sul de São Paulo, Biroska passou a atuar no transporte de drogas para São Paulo até ser preso.

Na prisão, ele se uniu ao PCC, participando durante dez anos da chamada “sintonia fina geral”, a cúpula da organização. Por isso, foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo em 2013 por organização criminosa. Durante as investigações, 47 fuzis, 64 veículos, 4,7 toneladas de drogas e mais de 1,1 milhão de reais foram apreendidos.

Briga interna

Durante esses anos, o comércio de drogas na região dominada por Biroska era um negócio pessoal do traficante, que ao lado de Marco Paulo Nunes da Silva, o Vietnã, tornou-se um dos grandes financiadores da facção. As coisas começaram a mudar para Biroska dentro do PCC depois de uma briga entre mulheres. De acordo com investigadores, ele foi afastado da cúpula porque sua mulher teria se desentendido com a parceira de outro detento do grupo.

Seu caso seria decidido por Marcola assim que ele deixasse o Regime Disciplinar Diferenciado (onde está desde o ano passado), no próximo dia 8 de dezembro. Recentemente, a cúpula da facção soltou um comunicado em apoio a Marcola contra as revelações feitas pelo procurador.

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Em liberdade, Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, outro integrante da cúpula, assumiu o comando da facção nas ruas. Com a morte de Biroska, os investigadores consideram que Gegê deve assumir também o tráfico na zona sul e na região de Diadema, consolidando seu poder no grupo. Ele é apontado como líder do tráfico na fronteira com o Paraguai e, agora, estaria refugiado na Bolívia, de onde comandaria os negócios.

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