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Espírito Santo investigará policiais por atentados contra ônibus

Para secretário André Garcia, atentados contra transporte são ação de "indivíduos radicalizados", que querem "tornar a sociedade refém da criminalidade"

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 19h48 - Publicado em 14 fev 2017, 14h20

O secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, André Garcia, anunciou, em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira, uma força-tarefa para investigar os atentados contra o transporte público ocorridos nos últimos dias no estado. Segundo Garcia, o governo identifica um “pequeno núcleo de radicalização” no movimento dos policiais militares e dos seus parentes, “que tem apostado em ações e atentados contra a ordem pública”.

Para ele, os atentados “contra o transporte coletivo são uma forma desses indivíduos radicalizados, desestabilizarem a vida das pessoas apostando em tornar a sociedade refém da criminalidade”. Na avaliação de André Garcia, esse movimento, que já dura onze dias e gerou uma grave crise de Segurança Pública no Espírito Santo, estaria “esfarelando”, o que provocaria o “desespero” por parte desse grupo minoritário.

Garcia elogiou a presença de mais de 1900 policiais que atenderam ao chamado do Comando-Geral da Polícia Militar, ressaltando que, somados aos homens da Força Nacional de Segurança e das Forças Armadas, estes formam um contingente superior ao que é habitual no Espírito Santo. Para o secretário, até o assalto ao Convento da Penha, em Vila Velha, região metropolitana de Vitória, pode ter sido causado pelo movimento. No crime, o frei Paulo Engel, de 80 anos, foi amarrado e ficou ferido.

“Embate”

Apesar das declarações contra policiais, o secretário André Garcia negou que haja um “embate” entre o Governo do Espírito Santo e a Polícia Militar após o processo de demissão de 161 policiais. Ele ressaltou que “mais de 30 denúncias” foram registadas na Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos por “crimes suspeitos da participação de policiais” e disse que solicitou ao órgão federal a autorização para que o conteúdo dessas comunicações seja dividido com o estado.

Além da Ouvidoria, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal devem colaborar com as investigações. Segundo Garcia, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, informou que crimes podem ser “federalizados” dependendo do que for apurado pelos investigadores. Para o Governo Estadual, o objetivo das punições e investigações é “reestabelecer o princípio da autoridade e da ordem pública”. Sobre estes movimentos ditos “radicais” pelo secretário, a promessa é “radicalizar com quem quiser radicalizar e conversar com quem quiser conversar”.

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