Entre tapas e beijos: Guedes e Febraban alinham discurso
Encontro em Brasília selou pacto pela defesa da vacinação em massa e pelas reformas estruturantes
O embate entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) parece ser página virada. Ao menos, até o próximo debate a respeito da criação de um imposto sobre transações financeiras — antiga CPMF –, projeto defendido por Guedes e rechaçado pela Febraban. Na última terça-feira, 9, o presidente da entidade, Isaac Sidney, fez uma visita de cortesia ao ministro da Economia, em Brasília.
No encontro, Guedes e Sidney deixaram as diferenças do passado de lado e, de olho no futuro, concordaram em defender duas principais bandeiras para a retomada do crescimento econômico: a vacinação em massa e a aprovação de reformas estruturantes. Ambos concordaram que esses dois pontos são urgentes e vão dar a sustentabilidade que o país precisa para se recuperar da crise provocada pela pandemia da Covid-19.
Durante a reunião, o ministro da Economia tranquilizou a Febraban ao garantir que tem prazo de validade o aumento da alíquota de Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) para bancos, que passou de 20% para 25%, para compensar a perda de receita pela isenção de impostos federais do diesel e gás de cozinha. Essa medida, costurada por Bolsonaro para agradar os caminhoneiros, deverá vigorará até 31 de dezembro deste ano.
Antes da visita a Guedes, o presidente da Febraban fez um duro discurso, dizendo que não haverá recuperação do crescimento se não for quebrada a “coluna vertebral da pandemia”. Sidney afirmou que, se não respeitar o equilíbrio fiscal, há riscos de o segundo trimestre também ficar comprometido com um novo recuo da economia. “Não há mais tempo a perder. O que depender das forças públicas do governo, do Parlamento e de iniciativas dos setores da economia tem de ser feito imediatamente”, pontuou ele durante cerimônia de abertura de uma premiação. “As forças políticas e empresariais do país precisam ter a grandeza de deixar as divergências de lado para buscarmos um consenso por uma agenda estrutural de reformas”, complementou. Guedes gostou do que ouviu.