Enel mobiliza poucos funcionários, diz diretor da Aneel sobre apagão em SP
537 mil casas continuam sem energia na capital e região metropolitana; presidente de concessionária chegou a dizer que não havia prazo para retomada da luz
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, afirmou neste domingo, 13, que a Enel, concessionária responsável pelo fornecimento de energia de São Paulo, deixou de cumprir com o plano de contingência para eventos climáticos extremos e colocou poucos funcionários na rua no momento em que uma tempestade atingiu a região metropolitana paulista, na última sexta-feira (11), deixando milhões de pessoas sem luz.
“A percepção que nós temos a respeito da recuperação do serviço é que a Enel, de fato, não tem atendido todas as expectativas com relação ao ano passado. Claro que esses números precisam ser melhor depurados, porque agora temos uma quantidade de consumidores muito grande que estão interrompidos em função do evento. E há outros consumidores que têm ausência do seu serviço por questões da rotina diária do serviço de distribuição.”, afirmou Feitosa.
A cúpula da agência marcou uma reunião na noite deste domingo com representantes da Enel e de outras empresas responsáveis pelo abastecimento de energia em São Paulo. No último balanço da empresa, divulgado às 05h40 desta segunda-feira, 14, ainda estão sem energia 537 mil imóveis; 354 mil estão na capital paulista e o restante em cidades da Grande São Paulo, como Cotia, Taboão da Serra e São Bernardo do Campo.
Segundo Feitosa, a empresa deixou de respeitar um plano de contingência que apresentou para a Aneel em novembro de 2023, quando São Paulo sofreu com transtornos causados por outras tempestades. Na época, o documento previa a mobilização de 2.500 pessoas para eventos como o que ocorreu na sexta. O diretor-geral da Anel disse que existem 1.700 funcionários diretos e indiretos atuando para restabelecer a energia nas cidades neste momento
Capacidade de mobilização
Thiago Nunes, diretor-presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp), manifestou preocupação com a situação. “Nos preocupa a capacidade de mobilização da empresa. Em 3 de novembro, demorou 24 horas para recuperar 60% dos consumidores interrompidos. Desta vez, esse patamar só foi atingido em 48 horas. São números que nos trazem preocupação”, afirmou.